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Cotidiano

Acidente em obra do metrô: moradores deixam casas com medo de novo desabamento

Os mais de mil moradores, divididos em 348 apartamentos, temem que a inundação das obras tenham ocorrido por causa do rio Tietê

01/02/2022 às 16:03  atualizado em 01/02/2022 às 16:04

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Prédios residenciais ao lado da obra do metrô, local do acidente

Prédios residenciais ao lado da obra do metrô, local do acidente | Reprodução/Google Street View

Até o momento 38 famílias deixaram seus apartamentos com medo de que um acidente, ocorrido nas obras da linha 6-laranja do metrô, na manhã desta terça-feira (1º), possa representar risco ao condomínio da zona norte paulistana. 

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As pistas local e central da marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, estão interditadas para veículos. A expressa foi totalmente liberada para o trânsito. O rodízio de veículos foi suspenso em toda a cidade. O rompimento de uma galeria de esgoto foi a causa do incidente, segundo a Sabesp. 

A gerente do empreendimento, Alcilene Maria da Silva, afirmou que os mais de mil moradores, divididos em 348 apartamentos, temem que a inundação das obras tenham ocorrido por causa do rio Tietê, que flui a poucos metros das três torres do condomínio, na rua Santa Marina. 

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"Mesmo com o governo (do estado) falando que o vazamento é por causa de uma adutora, alguns moradores não estão acreditando e preferindo sair dos prédios", explicou a gerente. 

Ela e o síndico profissional Júlio Herold estavam em reunião no condomínio, por volta das 9h, quando sentiram um forte odor de esgoto. Ambos não residem no local. 

"A princípio pensamos que fosse problema no condomínio e cogitamos solicitar apoio de uma desentupidora. Mas depois que vimos na imprensa que era problema na obra (do metrô) a história mudou." 

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O medo de todos, a princípio, era o de que o rio Tietê tenha provocado o alagamento. O governo estadual, responsável pela obra junto com a empresa espanhola Acciona, descartou essa possibilidade. 

"Mesmo assim teve gente que saiu do condomínio carregando travesseiro, com medo de que algo ruísse no prédio", relatou o fotógrafo Gerson Areias, 40 anos, que mora há três anos no empreendimento. 

"Eu tinha ido levar minha filha pra escola, e senti um cheiro forte de esgoto e percebi que o trânsito estava diferente, com maior volume. Ai minha esposa mandou um áudio falando do acidente na obra", relembra o fotógrafo. 

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Da mesma forma que outros moradores, ele ficou com medo de que o acidente das obras repercutisse no prédio. "Mas depois falaram que foi a adutora que provocou o vazamento, aí ficamos menos tensos." 

A Advogada Lucília Freire, 45 anos, também sentiu um forte odor de esgoto quando saiu para trabalhar. Ela só descobriu a origem do cheiro ruim quando chegou no trabalho, na Casa Verde, também na zona norte de São Paulo. 

"Vi na televisão que havia tido o acidente e resolvi voltar para casa, pois minha mãe mora no mesmo condomínio e prefiro ficar por aqui para acompanhar os desdobramentos do caso", explicou. 

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O secretário dos Transportes Metropolitanos Paulo Galli apontou o rompimento de uma galeria de esgoto como o motivo do alagamento. "A obra vinha normalmente. Estamos na embocadura da toneladora para esse poço. Seria rompido amanhã, quando teríamos o tatuzão passando pelo túnel. Daí, houve o rompimento da galeria de esgoto que passa no sentido transversal", afirmou, em coletiva de imprensa na manhã desta terça. 

As obras da linha 6-laranja, inicialmente prometida para 2013, começaram em 2015, com previsão de entrega em 2020. Porém, a construção foi parada em 2016, sendo retomada em outubro do ano passado. 

Na ocasião, a nova previsão para a entrega das 15 estações de metrô, obra realizada em uma PPP (Parceria Público Privada) entre o governo estadual e a empresa espanhola Acciona, seria 2025. Ela está orçada, até então, em R$ 15 bilhões, sendo metade custeada por cada parte. 

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Sobre interferência no prazo de entrega das obras, o secretário Paulo Galli afirmou aguardar mais informações sobre o acidente.

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