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Cotidiano
A pandemia pode até ter mudado um pouco nossos hábitos, e, com a volta das academias e reabertura dos parques, o exercício não sai de moda - e essa retomada deve ser com bastante cuidado, para evitar lesões e complicações
19/08/2020 às 01:00 atualizado em 19/08/2020 às 11:25
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Veja recomendações de como fazer atividades físicas de forma saudável | Sergio Pedemonte/Unsplash
A quarentena interrompeu temporariamente muitas atividades, e não estamos falando somente das econômicas. Academias de ginástica e parques fecharam as portas, para evitar aglomerações e que o coronavírus se espalhe ainda mais. Mas, com a reabertura destes lugares, surge a dúvida: dá para voltar aos exercícios com o mesmo pique de antes?
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"Agora não é o momento para tentar performance a todo custo", avalia o médico do esporte Pablius Staduto Braga, do Hospital Nove de Julho. E nem deve. "Perdemos muito músculo se não o utilizamos, quando ficamos sentados muito tempo, quando deixamos de fazer as atividades que fazíamos antes", avisa.
E agora que muitas pessoas passaram a trabalhar em casa, elas percebem o quanto se mexiam antes mesmo sem perceber. "Dentro de casa, elas se movimentam menos. Quando elas saem, andam na hora do almoço, se deslocam até o trabalho...isso acaba fazendo parte da rotina e tem um papel essencial para o condicionamento físico, mas as pessoas não notam", diz.
Por isso é importante, nessa retomada, conversar com um educador físico, ou passar em consulta com um médico, para fazer uma reavaliação das condições de saúde. "Precisa de alguém para trocar ideia, saber da real aptidão física e condição de saúde, para poder começar uma atividade adequada", avisa. Esses cuidados se fazem ainda mais importantes para quem toma medicamentos de forma contínua ou tem doenças crônicas. "A pessoa precisa estar bem clinicamente para que o exercício possa fazer o papel dele". E essa consulta deve ser feita antes de voltar às atividades, e não depois: para que a orientação sobre o ritmo da retomada evite lesões.
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Lesões estas que estão os principais desestimulantes para a retomada dos exercícios: as dores impedem a realização das atividades, e a reabilitação passa por sessões de fisioterapia. "A pessoa se machuca, vai para a fisioterapia e tratamento, e para com o treino. Se a volta em época de pandemia pode ser desestimulante, imagina com uma lesão. Vai devagar, é muito tempo sem treinamento".
Assim, Braga aconselha atividades de mais baixo impacto, com menos carga - sempre com a supervisão de um educador físico. "Pode-se voltar com a caminhada, por exemplo. Para quem corre, jogue 'pedacinhos' de corrida dentro da caminhada, para não ficar exausto. Usar a bicicleta também é uma opção, ela tira a carga do joelho, e é um exercício que melhora muito a resistência aeróbica. Os iniciantes podem usar uma bicicleta ergométrica com carga mais baixa e ir subindo aos poucos. Outra opção é fazer o fortalecimento muscular, para recuperar os músculos que não foram usados na quarentena".
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Uma atividade bacana, que ajuda no condicionamento físico, é usar os parques para ter mais contato com a natureza. "É a 'matoterapia', as pessoas querem ter contato com o mato, pé no chão. Pode colocar a bicicleta numa estradinha, claro, com toda a segurança, ou fazer trilhas, isso ajuda os praticantes a terem experiências diferentes". É o novo normal, imposto pela pandemia, que mudou alguns de nossos hábitos, mas não vai impedir as pessoas de se exercitar e manter a saúde em dia.
Pandemia afeta atletas de alto desempenho
Se para as pessoas normais, ficar sem fazer exercícios é problemático, imagine para os atletas olímpicos, que treinam pesado? A pandemia não atrapalha apenas o treinamento. "Eles não estão competindo entre si, estão se virando como podem. Os campeões não estão se vendo, os que estavam melhorando não estão se balizando com os outros. É um desafio desse ano, desse século", diz o médico do esporte Pablius Staduto Braga. E isso também atrapalha: tanto é assim que vários atletas olímpicos brasileiros foram treinar em Lisboa, Portugal, para manter a rotina - e a competitividade, em um ambiente mais seguro contra o coronavírus.
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