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Cotidiano

Cunha, no interior de SP, está a quase mil metros de altitude

No interior paulista, a cidade guarda uma parte da Mata Atlântica, com vista para a praia do litoral norte Por Vanessa Zampronho De São Paulo

15/11/2019 às 20:07

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Do alto, dá para ver o contorno das praias de Ubatuba, Angra dos Reis e Paraty, a cidade litorânea mais próxima. Essa paisagem só é possível porque Cunha, a 223 km de São Paulo, está a quase mil metros de altitude. Por essas características, o município ganhou o status de estância climática: as temperaturas são amenas e há dois climas bem definidos: verões chuvosos e invernos frios. Mas nem só de clima bom vive a cidade.

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Por estar em um ambiente de serra, trilhas para alcançar locais mais altos fazem parte do passeio. Um deles, a pedra da Macela, com 1840 m de altitude, é o mais alto da região, e proporciona uma vista incrível. Outro ponto que os visitantes adoram conhecer é o lavandário: uma grande plantação de lavanda, que chama a atenção pela cor roxa de suas flores, que dão um colorido bastante especial ao local. No local, há uma loja, com produtos feitos a partir da planta.

Andar pela cidade também é uma atração à parte. O casario, de construções antigas, leva os visitantes a viajar no tempo da colonização. O calçamento é feito, em boa parte, de pedras, o que reforça o clima de antigamente.

Por ser uma cidade na serra, outro atrativo que não pode faltar são as cachoeiras. Algumas das mais conhecidas são as da Barra, do Barracão, do Desterro, do Jericó, do Mato Limpo, do Pimenta, do Paraibuna e a do Paraitinga. No verão, elas são bastante procuradas para dar aquela refrescada.

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Para conhecer os produtos típicos da região, o Mercado Municipal é um dos melhores lugares. É pequeno, mas lá se encontram cachaça, cestas, balaios, cerveja, frutas e embutidos. E tem outro item pelo qual a cidade é conhecida: a cerâmica.

Tanto é verdade que Cunha é conhecida com a cidade da cerâmica, mas é um tipo especial. Tudo começou com um grupo de artistas que chegaram à cidade na década de 1970, e passaram a usar o antigo matadouro, que estava desativado, como ponto de encontro e um ateliê. Entre esses artistas estavam alguns japoneses, que desenvolveram um forno específico para cozinhar o barro e fazer a cerâmica, o forno noborigama. São vários fornos interligados, que conseguem atingir altas temperaturas e produzem diferentes tipos de cerâmica.

Essa atividade ceramista foi tomando forma e, hoje é a principal atividade turística da cidade. Há um instituto de cerâmica, artistas passam temporadas em Cunha para usar os fornos e os produtos são bastante procurados pelos turistas. É um conjunto completo de atrações!

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CLIMA HISTÓRICO

Cunha não é somente bonita pelos seus atributos naturais. Sua localização estratégica - perto do mar e do planalto - fizeram história. Na época da colonização, e por também estar próximo de Minas Gerais, expedições saíam do Rio de Janeiro e paravam por lá. Alguns viajantes acabaram se fixando naquelas terras e formaram um povoado.

Quando a exploração de ouro em Minas estava no seu auge, foi construída no local a Barreira do Taboão, que servia como um tipo de posto de controle, por parte do Império, para registrar o quanto de ouro era extraído. O nome da cidade veio bem depois, em homenagem ao governador da Capitania de São Paulo, Francisco da Cunha e Menezes. A rede hoteleira de Cunha atende à demanda turística - os hotéis e pousadas da cidade ficam bem cheios na época do Festival de Inverno. Para se chegar à cidade, o mais fácil é ir pela rodovia Presidente Dutra até Guaratinguetá, e sair na rodovia Paulo Virgínio. A melhor época para visitar a cidade é entre abril e outubro, quando as chuvas são menos intensas - e dá para aproveitar, entre junho e julho, o friozinho de serra no inverno. Uma vez na cidade, dá para andar de carro pelas ruas, mas fazer caminhadas pelas ruas antigas é um passeio especial, que faz os visitantes voltarem no tempo.

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NÃO DEIXE DE CONHECER


album cunha 3 1 est ncia clim tica de cunha 504161Cachoeira do Barracão: As águas, mais calmas, são ótimas para quem quer tomar um banho sem pressa e preocupações. A melhor época para visitar é o verão, mesmo porque a água é bem gelada. Ao redor, por estar na região da Mata Atlântica, é possível ver pássaros típicos, como gaviões, e árvores de grande porte.
(Foto: Joás Ferreira)



lavandario com igreja da boa vista de 1724 ao fundo foto joas ferreira 503615Lavandário: O roxo dos cerca de 40 mil pés de lavanda colore a região - e o aroma das flores é outro atrativo especial. A propriedade rural onde ele está localizado também tem uma lojinha, que vende cosméticos, fragrâncias, roupas de cama, temperos, velas aromáticas e tem até sessões de massagens com óleos de lavanda.
(Foto: Joás Ferreira)



mercado municipal cunha foto joas ferreira 503626Mercado Municipal: Pode ser pequeno por fora, mas ele disponibiliza produtos típicos da cidade, como cachaça, frutas frescas, artesanatos e aquele clima do interior paulista.
(Foto: Joás Ferreira)

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