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Aumentaram os problemas de sono nos últimos anos; paulistanos dormem 2 horas a menos por dia, em média Por Vanessa Zampronho De São Paulo
03/08/2019 às 18:00
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Ter uma boa noite de sono, especialmente em grandes cidades, é uma tarefa que tem se tornado cada vez mais diícil para uma parcela da população. De acordo com a pesquisa Episono, do Instituto do Sono, de São Paulo, quase metade dos paulistanos tem insônia – mas esse não é o único problema quando se fala sobre dormir.
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“Estamos ficando mais privados de sono. Antigamente, a gente dormia quando acabava a novela. Agora temos a internet, os celulares, que prejudicam ainda mais nossa hora de dormir”, diz Monica Andersen, diretora do Instituto do Sono.
De acordo com Andersen, a pesquisa surgiu da necessidade de mostrar para a sociedade quais são as doenças que acontecem pela falta de sono. O estudo começou em 1987 e já naquela época existiam queixas de problemas para dormir. Quem mora em cidades grandes sabe que a rotina envolve muitas atividades que se estendem até o cair da noite. “Chegamos em casa mais tarde, mas continuamos a acordar cedo”, disse.
Desde a primeira edição do Episono, os problemas para dormir vêm aumentando. “Um terço das paulistanas tem insônia. Aproximadamente 7% das pessoas rangem os dentes ao dormir”, disse Andersen. (veja arte abaixo).
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Mesmo sabendo da importância do sono na vida, a ciência ainda não conseguiu descobrir com exatidão por que precisamos dormir. “É uma atividade comportamental, importante para nossas vidas, mas as funções ainda não estão totalmente esclarecidas. Quando estamos cansados, precisamos dormir, mas quando estamos descansados também precisamos dormir”, explica.
De qualquer forma, dormir não é tempo perdido – e a falta de sono pode causar doenças graves. “Dormir menos causa problemas hormonais, cardiovasculares, sexuais, de pele, aumenta o risco de diabetes, ganho de peso, e de alergias”. E, diferente do que se acredita, cada pessoa tem um período próprio de sono, que pode ser de 5, 6 horas, como até de mais de nove horas. Respeitar essa quantidade, que é determinada geneticamente, colabora em mais disposição nas atividades diurnas (veja quadro mitos e verdades do sono).
Mas nem tudo está perdido. Para ter uma boa noite de sono, Andersen dá algumas orientações. “É importante ter horários regulares para dormir, ou seja, procurar dormir sempre no mesmo horário. Além disso, evitar bebidas estimulantes, como as que contêm cafeína, e até álcool, porque elas atrapalham o sono. Para facilitar a chegada do sono, é importante beber leite morno, tomar chás descafeinados, ler livros, assistir a programas mais leves de TV, e fazer atividades relaxantes, como ioga e meditação, e praticar atividades físicas até duas horas antes de dormir”. Assim, o sono vem, você descansa e fica mais disposto para o dia seguinte.
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Como é a pesquisa
Para realizar o estudo, a equipe do Instituto do Sono, que pertence à Afip (Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa), recruta cerca de 1000 pessoas, que são submetidas a consultas médicas, exames de laboratório e a polissonografia, que é um exame feito no próprio Instituto do Sono. O participante passa uma noite lá, e sensores são colocados na pele, para avaliar a qualidade do sono. Os dados são analisados pelos pesquisadores, que veem quais são os problemas que acometem os participantes ao dormir e a prevalência deles. Tais resultados ajudam os pesquisadores a encontrar maneiras de diagnosticar e tratar as dificuldades do sono.
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