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Cotidiano

Sem passarela para pedrestes, trilhos na Grande SP têm histórico de acidentes

Os trilhos que passam por Embu vêm de Santos e vão até o Mato Grosso. São usados para escoar a produção também da região da Alto Sorocabana, no interior de São Paulo Por Folhapress Da Grande São Paulo

10/04/2019 às 20:15

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A buzina ensurdecedora avisa que o trem vindo de Santos está próximo. Rapidamente, moradores correm para atravessar a linha que cruza o Cipó, distrito de Embu-Guaçu, na região metropolitana de São Paulo.

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A correria tem explicação: a ausência de passarela e a perda de tempo esperando os mais de 50 vagões atravessarem. O problema pode ser maior quando o trem descarrila ou quebra.

A região tem circulação intensa de pedestres e, além do Cipó, moradores dos bairros Granja Regina Maria, Lagoa Grande, Jardim Brasil e ValFlor precisam cruzar a linha. Alguns se arriscam ao pular as composições para cumprir os compromissos.

É o caso da operadora de caixa, S.F., 34, que precisou pular o vagão quando o trem ficou parado cerca de 30 minutos no mês passado. "Minha consulta médica estava marcada fazia três meses, e eu não poderia esperar".

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Ela ainda reclama da passagem de pedestre. "Depois que eles implantaram esse segundo trilho, essa obra prejudicou muito. Semana passada um senhor quase caiu quando descia a rua para atravessá-la, porque tem um buraco enorme bem no meio da passagem", diz.

Os trilhos que passam por Embu vêm de Santos e vão até o Mato Grosso. São usados para escoar a produção também da região da Alto Sorocabana, no interior de São Paulo.

Além da passarela, a construção de um viaduto no bairro é um outro pedido recorrente dos moradores. Eles protocolaram um documento no gabinete da prefeitura em 6 de junho de 2017.

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"Decidimos fazer esse abaixo-assinado porque o povo está cansado de ver acidentes com os moradores, teve gente que já até perdeu as pernas", diz a psicopedagoga R.H., 55, que viu o filho perder um pé em um acidente de trem.

VÍTIMAS

Há um ano, a auxiliar de cozinha S.P., 40, teve as duas pernas amputadas quando se envolveu em um acidente no local. Ela chegou a ficar 35 dias em coma. De acordo com ela, o trem não buzinou e, em um momento de distração, não percebeu ele se aproximar.

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"Lembro que aguardava ele [trem] passar, mas quando estava terminando um outro já vinha sentido contrário mas eu não tinha a visão, quando percebi já estava no chão", relata.

A mulher afirma que não recebeu ajuda da empresa All/Rumo, responsável pela linha férrea. A prefeitura disponibiliza uma ambulância para fazer tratamento em Itapecerica da Serra, cidade vizinha a Embu-Guaçu.

Somente após o acidente, o aviso sonoro foi instalado no local e um segurança da empresa passou a orientar e bloquear a passagem de pedestres e motoristas.

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Procurada pela reportagem, a All/Rumo informou por nota que um portão de bloqueio seria instalado no bairro em fevereiro para aumentar a segurança da população.

O processo, contudo, não foi concluído. Uma nova passagem foi aberta um pouco a frente para os pedestres e carros transitarem enquanto eles realizam a obra. A empresa diz que a instalação está na fase final.

Questionada sobre a construção de um pontilhão, a All/Rumo diz que "as melhorias para otimizar o fluxo na região estão condicionadas à renovação antecipada da Malha Paulista, cujo processo está em análise pelo TCU (Tribunal de Contas da União)".

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*Por Rubens Rodrigues, da Folha de S.Paulo

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