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Os organizadores reclamam que o veto foi anunciado em cima da hora, embora o pedido de autorização de uso do parque estivesse protocolado desde o ano passado Por Folhapress De São Paulo
05/04/2019 às 19:00
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O MST decidiu adiar a quarta edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que seria realizada no mês de maio, após o governo João Doria (PSDB) vetar o evento no parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo.
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Os organizadores reclamam que o veto foi anunciado em cima da hora, embora o pedido de autorização de uso do parque estivesse protocolado desde o ano passado.
"Nos enrolaram esse tempo todo. Faz uns 15 dias que o próprio secretário do Meio Ambiente nos chamou, disse que o conselho do parque vetou a feira e que a secretaria manteve a decisão", afirma João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.
"Não nos deixaram nem argumentar e nem explicaram os motivos do veto."
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Procurada, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente afirma em nota que o conselho gestor do parque entendeu que a estrutura do local não comporta mais o evento, que tem previsão de receber 200 mil pessoas, e que foram sugeridas alternativas como os parques da Juventude e o Ecológico do Tietê.
O conselho é formado por oito membros do governo e oito da sociedade civil, e é opinativo, não tem poder deliberativo.
João Paulo Rodrigues diz que o conselho do parque também opinou em anos anteriores contra a realização da feira, mas os governadores intervieram e permitiram a sua realização.
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Ele diz que, por meio do vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), tentaram até a intermediação do ex-governador e presidente do PSDB Geraldo Alckmin para que a feira fosse realizada, mas ainda assim a gestão João Doria não se sensibilizou.
O MST avalia que a proibição tem relação com o discurso político mais forte de Doria contra movimentos de esquerda e alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). "Sem dúvidas foi uma orientação do próprio núcleo duro do Palácio dos Bandeirantes", afirma Rodrigues.
Segundo ele, o adiamento da feira prejudica os pequenos produtores, que já haviam programado a venda de hortifrúti e carnes na feira em maio.
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Agora, a entidade articula com o prefeito Bruno Covas (PSDB) outro espaço para que o evento aconteça em agosto.
"Mas a nossa esperança é que Doria volte atrás e permita que a feira no parque da Água Branca, porque, como diria [o sociólogo] Antônio Candido, é um dos parques mais caipiras de São Paulo", diz o coordenador do MST.
"Topamos negociar tudo com eles, inclusive a diminuição no número de barracas e diminuir o som das apresentações artísticas".
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Segundo o movimento, no ano passado, a feira movimentou 420 toneladas de 1.500 produtos.
Uma das opções alternativas para a feira de agosto é o complexo do Anhembi, na zona norte de São Paulo.
Na nota enviada à reportagem, o governo ainda afirma que a sugestão feita para que a feira fosse nos parques da Juventude e Ecológico do Tietê é porque eles "são maiores e oferecem mais segurança ao público".
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"Na reunião, o movimento demonstrou interesse em realizar o evento no Ibirapuera, sob responsabilidade do município. Os assessores da Pasta orientaram sobre o procedimento com a Prefeitura e se colocaram a disposição caso optassem por outro parque estadual", diz o comunicado.
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