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Cotidiano
Entre programa de rádio e cargo de diretor de um clube, ex-jogador busca traçar novos caminhos
22/02/2019 às 14:26 atualizado em 17/02/2021 às 12:14
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Marcelinho Carioca | Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Após 21 anos de carreira dentro dos campos, Marcelinho Carioca encara desde janeiro um desafio novo no futebol: o de participar da gestão de um clube profissional. O ídolo eterno do Corinthians é o atual diretor de relações institucionais do Capital Clube de Futebol, de Brasília. O seu papel principal é o de dar visibilidade ao clube- empresa da capital do País, sob gestão de um empresário do ramo de águas orgânicas.
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Ao mesmo tempo, ele também é a voz mais conhecida do programa “Capital da Bola”, da rádio Capital, ao lado dos jornalistas Juarez Soares, Osmar Garraffa, Anderson Cheni e do humorista Alexandre Porpetone. O programa vai ao ar diariamente das 18h às 19h em São Paulo. O ex-jogador visitou a redação da Gazeta nesta semana, onde falou sobre seus projetos atuais e sua carreira como jogador.
Marcelinho costuma viajar aos fins de semana para Brasília para acompanhar os jogos do Capital, clube que está na Série A do campeonato local. O Pé de Anjo – apelido pelo qual era conhecido nos tempos de jogador – também acompanhou parte do processo para a formação das equipes de base do clube brasiliense, com o qual tem contrato até maio deste ano.
“É um clube muito profissional e que não atrasa os salários, como o Fluminense está atrasando ultimamente. As categorias de base também são um ambiente em que vai passar apenas os jovens bons de bola, não jogadores de empresário. Estou gostando muito do projeto”.
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O ex-meia-atacante nunca havia desempenhado o papel de cartola, nem no Corinthians, clube em que começou a jogar em 1994 e que se tornou um dos maiores ídolos da torcida. “O Corinthians é um pouco ingrato com os seus ídolos”, diz Marcelinho. Ele afirma que nunca quis se tornar dirigente e tampouco presidente do clube, mas lamenta, em suas palavras, não ser tão reconhecido pelo alvinegro.
“O Corinthians não tem afeição e a honra devida aos seus ídolos, como a mim, ao Biro-Biro, ao Casagrande, ao Neto, ao Wladimir, ao [goleiro] Ronaldo. Fui escolhido numa eleição como o melhor jogador da história do clube em seu centenário. Mas não tem meu nome em nenhum dos campos do centro de treinamento, nem nada no Parque São Jorge [sede social do Corinthians] e nem na Arena. Há muito de política e de ciumeira dentro do clube”,
decreta.
NA RÁDIO
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Um orgulho de Marcelinho é de ter sido o primeiro ex-jogador de futebol profissional reconhecido nacionalmente a também ser formado em Jornalismo – graduou-se em 2017. O caminho acadêmico veio após um conselho de Juarez Soares, hoje seu companheiro de bancada na rádio Capital. “Quando comecei na comunicação, o China [apelido de Juarez Soares] me disse: ‘Menino, para ninguém falar nada de você, quando estiver na comunicação, chegue com o seu canudo’. O [narrador] Silvio Luiz também me sugeriu isso. Nunca vou esquecer”.
Hoje, se diz empolgado com o desafio na rádio. “Eu sou apaixonado por rádio. Há a interação direta com os ouvintes, os torcedores, que entram no ar para dar o seu depoimento. E eu também posso falar com propriedade sobre o que ocorre em campo. Chegou o momento de eu falar mal jogadores, como fizeram tanto comigo (risos)”.
FALTAS
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Uma discussão futebolística frequente é sobre quem é o maior batedor de faltas da história. Marcelinho não tem dúvidas: “Eu fui o mais completo de todos os tempos”.
O jogador começou a se especializar a cobrar faltas ao ver os treinamentos de Zico na década de 1980 no Flamengo, clube em que se profissionalizou. “O aluno aprende com o mestre e, às vezes, se torna melhor do que o mestre”, destaca, imodesto. “Peguei o jeito do Zico de bater de chapa, com a parte interna do pé. Um pouco da rosca do Didi [campeão mundial pela seleção em 1958 e 1962] de média distância e também os três dedos do Nelinho e do Éder”. Marcelinho tem 59 gols de falta apenas pelo Corinthians – ele não sabe quais são os números totais, pelos outros clubes.
Só houve algo que lhe incomodou na carreira: nunca ter participado de uma Copa do Mundo. Diz que deveria ao menos estar no grupo em 1994 e ser titular em 1998 e 2002. “Com todo respeito, se juntassem Zé Roberto e Juninho Paulista em 1998 não tinham juntos os gols que fiz e nem foram tão decisivos”, opina.
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Ele também precisou lidar com uma certa fama de insincero durante a carreira. Em uma autocrítica, Marcelinho diz que realmente passou uma imagem dúbia ao público. “Diziam que eu ou era maluco, ou era marqueteiro ou era falso. O que mais predominou foi a fama de falso. Eu estampava uma faixa de Jesus na testa, queria passar uma santidade, mas metia porrada dentro de campo. Queria dar um miguezinho para fazer as coisas escondidas. Porém, Deus está vendo tudo”, reconhece.
A carreira iniciada em 1988 pelo Flamengo e encerrada em 2009 pelo Santo André lhe trouxe muitas vitórias e alguns dissabores. Depois, tentou se tornar deputado federal e estadual, nas eleições de 2014 e 2018, respectivamente. Agora, garante que terá sua vida novamente dedicada apenas ao futebol. Seja atrás da mesa de um clube, seja à frente do microfone de uma empresa de comunicação.
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