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Cotidiano
Prefeitura não reconhece famílias como moradores de prédio e desocupação da área ainda não data para ocorrer Por Aline Fonseca De São Paulo
13/07/2018 às 23:15 atualizado em 13/07/2018 às 23:24
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A praça do Largo do Paissandu, na região central da capital paulista, se tornou uma nova ocupação na cidade. Desde o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, há mais de dois meses, o local foi tomado por barracas onde, atualmente, moram cerca de 56 famílias. A Prefeitura de São Paulo não reconhece o grupo como moradores do prédio e diz que tem negociado a desocupação da área, que ainda não data para ocorrer.
Após o desabamento, que deixou ao menos sete mortos, os sobreviventes ocuparam o Largo. Desde 1º de maio, dia da tragédia, a Secretaria de Habitação analisou casos de 435 famílias que se apresentaram como vítimas, sendo que apenas 291 comprovaram morar na ocupação do edifício. As vítimas do incêndio receberam um auxílio-moradia de R$ 1.200 no primeiro mês e R$ 400 a partir do segundo.
Apesar de terem recebido o benefício alguns moradores dizem que vão continuar na praça por considerarem o valor baixo. A prefeitura informou que as famílias que permanecerem no Largo irão perder o auxílio-moradia.
“Eu morava no prédio hácerca de 1 ano e meio. Após o desabamento, recebemos o atendimento da prefeitura e nos últimos dois meses eu recebi o auxílio moradia. Mas não saí daqui porque não dá para alugar algo que não seja em outra ocupação, para morar, R$ 400 é um valor muito baixo. Não sabemos o que será do futuro, mas ficar aqui também não é humano”, disse o desempregado Adilson da Silva, de 48 anos.
Muitos moradores do edifício Wilton Paes de Almeida já deixaram o local e foram para albergues ou centros de acolhimentos, que a administração ofereceu.
No entanto, de acordo com a prefeitura, a maioria das famílias que estão acampadas no Largo são de moradores em situação de rua que vieram de outras regiões da cidade.
Em nota, a prefeitura informou que por hora não fará a remoção dos sem-teto, mas que continuará tentando dialogar para que as famílias saiam da área de forma pacífica.
Situação precária
As cerca de 30 crianças e os idosos estão morando em meio a sujeira, lixo, restos de comida e até fezes humanas. A sujeita têm atraindo barata e ratos e gerado reclamações de moradores e comerciantes da região.
A gestão Covas chegou a instalar banheiros químicos no local, após decisão da Justiça Federal, mas a reportagem não viu nenhum no entorno da praça. Além da sujeira, tanto os sem-teto e quem passa pelo Largo temem a falta de segurança.
“Além da situação precária que está ficando a praça por conta de todas as famílias, estamos muito vulneráveis aqui. Não sentimos segurança”, relatou a desempregada Grivalda Conceição, de 39 anos, à reportagem, que esteve no local na última terça-feira.
Sobre a limpeza, a administração diz que “a Prefeitura Regional Sé realiza diariamente o serviço de varrição no entorno do Largo Paissandu. Por diversas vezes, as famílias impediram a limpeza do espaço e, com isso, a situação de insalubridade aumentou, colocando em risco a saúde das crianças, idosos e gestantes”.
*Matéria com colaboração de Matheus Herbert
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