Deputados estaduais de pelo menos 14 partidos estão atuando na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para retirarem do governador João Doria (PSDB) o poder de aumentar a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) por decreto. Em conversa com a coluna, Ricardo Mellão (Novo) contou que 27 parlamentares haviam assinado a proposta inicialmente, em fevereiro, e agora já são cerca de 42 que toparam entrar como autores. Com 48 nomes se forma maioria na Casa. Depois, porém, precisarão que a presidência da Alesp coloque a proposta para votação, uma etapa considerada difícil. “A base do governo vai fazer de tudo para dificultar e para não pautar o projeto”, explicou Mellão, que acredita que a pressão popular será fundamental para tirar esse “cheque em branco” de Doria, segundo suas palavras.

Assista à entrevista completa com o deputado Ricardo Mellão:

Carlão é favorito. Em 15 de março haverá eleição para a escolha do novo presidente da Alesp, e a expectativa é que Cauê Macris (PSDB) seja substituído por outro tucano: Carlão Pignatari (foto), atual líder do governo na Casa. Um acordo recorrente entre PSDB, PT e DEM costuma garantir a presidência aos tucanos, a primeira secretaria aos petistas e a segunda secretaria ao DEM.

Pegou mal. Não caiu bem para Doria a publicação pelo Diário Oficial de quinta-feira (4) da prorrogação por seis meses do atual contrato de publicidade que o Governo de São Paulo mantém com três agências, com valor estimado em R$ 90 milhões. “Sem leitos de UTI, mas com muitos recursos para a publicidade”, criticou o deputado estadual Major Mecca (PSL) no plenário da Alesp.

Cívico-militares. O deputado estadual Tenente Coimbra (PSL) celebrou a aprovação pela Alesp do projeto que permite a implantação das escolas cívico-militares no estado de São Paulo. Questionado pela coluna por que acredita que o modelo seja o melhor caminho para as escolas públicas paulistas, respondeu: “Não significa que seja o melhor caminho, mas é um dos caminhos. A disciplina permite, inclusive, que os professores consigam dar aula com plenitude”. O projeto seguiu para a sanção do governador.

Restrição. A Câmara Municipal de SP voltou a adotar medidas mais restritivas por conta do aumento de casos da Covid-19 na Capital. Agora, o público não pode mais ter mais acesso à Casa e as sessões e reuniões serão realizadas somente de forma remota.

Saúde na pandemia. A deputada federal Rosana Valle (PSB) enviou um ofício ao Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) para questionar sobre a possibilidade de reabertura de hospitais de campanha na região. No ano passado, a Baixada chegou a ter seis hospitais de campanha com cerca de 450 leitos, e todos foram fechados. “Pergunto se não seria o momento de reativarmos alguns hospitais de campanha tendo em vista o aumento expressivo de casos da doença”, quis saber a parlamentar.

"Tenho fé que em breve estou de volta ao combate"

Major Olimpio, senador pelo PSL, internado após Covid-19; ele chegou a participar de uma sessão no Senado direto do hospital.