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Equipe carioca não viu apenas sua chance de título deixar de existir como também deixou o G-4 e tem presença na fase de grupos da próxima Libertadores ameaçada
04/12/2023 às 12:16 atualizado em 04/12/2023 às 13:20
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Luís Castro, era treinador do Fogão, então líder do Campeonato Brasileiro | Vitor Silva/Botafogo
A bola pune. Já diria Muricy Ramalho. Um time que tanto encantou no primeiro turno e ganhava jogos sem fazer esforço, viu sua vantagem de 13 pontos se esfacelar em um estalar de dedos. Não apenas perdeu a liderança, perdeu também a segunda, a terceira e a quarta posição.
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Além dos 13 pontos de vantagem perante ao Palmeiras, a equipe chegou a abrir 20 pontos de vantagem para o Atlético-MG, 15 pontos de vantagem para o Flamengo e 14 pontos de vantagem para o Grêmio. O Botafogo chega para a 38ª rodada atrás de todos, com a chance de vaga no G-4 sendo considerada uma zebra.
O Glorioso não conquista um Campeonato Brasileiro desde 1995, ainda sob o comando do atacante Túlio Maravilha. Desde então, foram raras até mesmo as vezes que o clube conseguiu garantir vaga na Libertadores. A última grande campanha foi em 2013, com Seedorf sendo o grande destaque da equipe que acabou na quarta posição e garantiu presença na Libertadores. Dez anos depois, talvez nem o quarto lugar seja possível.
Perder um título após ter vantagem não é novidade. O São Paulo de 2020-21 de Fernando Diniz chegou a abrir 7 pontos de vantagem e não foi campeão. O Palmeiras de 2009 também abriu uma margem na liderança e acabou fora da Libertadores, na quinta posição. Mas jamais foi visto algo como este ano. 13 pontos de vantagem. Sofrer virada contra Palmeiras e Grêmio em casa de formas inaceitáveis. Isto sem citar o vexame contra o Coritiba, tomando um gol logo após fazer o seu. Esta partida foi algo inacreditável.
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Diego Costa, centroavante do clube, foi bem preciso em sua entrevista pós-jogo contra o Cruzeiro - um empate que tirou de vez a chance de título do Fogão, ainda com uma rodada de antecedência. O atacante falou sobre a sensação de "oba-oba" que surgiu após o primeiro turno ganho com sobras. Como o próprio atleta disse, a torcida tem o direito de comemorar do jeito que achar melhor. Ainda mais quando é a apoiadora de um clube que passou por tantos problemas anos anteriores e poderia enfim soltar o grito da garganta. Mas os jogadores não, eles são profissionais.
Será um eterno "e se", principalmente para a torcida botafoguense, mas também para as demais, o tópico Luís Castro. Se o treinador permanecesse para comandar a equipe que vivia ótima fase, que dava shows seguidos no Nilton Santos e até fora dele, será que teríamos o campeão carimbado? Ninguém poderá afirmar com certeza o que teria ocorrido, afinal, fica apenas na hipótese.
O Botafogo teve personagens marcantes e que exemplificam a queda de rendimento. Tiquinho Soares foi o melhor jogador do 1º turno, e após passar por uma lesão, e com problemas pessoais, viu seu desempenho em campo despencar. Perdeu a artilharia do torneio, e perdeu o pênalti que carimbou a virada do Palmeiras em um jogo histórico.
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Lucas Perri, que chegou a ser convocado para a seleção, foi o herói do gol rodadas atrás. Mas recentemente, protagonizou diversos lances questionáveis. Adryelson, zagueiro da equipe, também chegou a ser convocado, e foi outro que praticamente não desempenhou mais nenhuma boa partida com a camisa alvinegra.
Temos ainda Marlon Freitas, que irritou a torcida com aquela "piscadinha" no jogo contra o Palmeiras, e o lateral Rafael, que conviveu com lesões na temporada, jogou pouco, mas fazia questão de sempre aparecer zombando dos rivais e celebrando a liderança do time da estrela solitária. Apareceu fazendo memes elogiando o Botafogo, cansou de criticar o Bruno Lage, e na má fase, praticamente só foi visto respondendo críticas de torcedores nas redes sociais.
Tantos nomes citados são necessários para tornar explícito que a culpa não foi de um ou dois jogadores. Para perder o título mais ganho da história, foi necessário muito empenho (ou falta dele). Cláudio Caçapa foi o último a passar pela equipe e ainda fazer o time render, mesmo que por poucos jogos. Lage mexeu no time, Lúcio Flávio foi decepcionante, e Tiago Nunes parece perdido chegando nesta reta final.
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Palmeiras merece elogios por ter buscado um título que parecia impossível. Felipão merece uma salva de palmas de pé, por ter assumido um time esfacelado e chegar a brigar pelo título até a última rodada. Grêmio de Suárez, Flamengo de Tite, até mesmo o RB Bragantino de Pedro Caixinha, todos merecem elogios. Mas o foco desta coluna não é falar dos "heróis", mas sim da equipe que mais decepcionou sua torcida.
Flamengo perdeu tudo que disputou no ano, mas tem uma expectativa de melhoria para 2024. Fluminense viveu a melhor temporada de sua história e ainda pode acabar também com um Mundial em sua estante. E até mesmo o Vasco, que ainda briga para não cair, deve estar mais feliz do que a torcida botafoguense. É, aquela frase que afirma que "tem coisas que só acontecem com o Botafogo", nunca fez tanto sentido.
O campeonato "mais maluco da história" chega na última rodada com o campeão encaminhado, o G-4 estabilizado e com o Z-4 quase definido e sem a nota de corte tão alta como esperada. O futebol surpreende até quando a surpresa simplesmente não acontece.
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