A+

A-

Alternar Contraste

Domingo, 12 Janeiro 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Memórias de Porto Feliz

O Primeiro Engenho Central da Província de São Paulo

Engenho foi inaugurado no dia 28 de outubro de 1878

Maria Eduarda Guimarães

16/09/2022 às 17:18  atualizado em 16/09/2022 às 17:36

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Vista aérea velho Engenho Central de Porto Feliz

Vista aérea velho Engenho Central de Porto Feliz | Acervo do Professor Roberto Prestes de Souza

A foto aérea mostra o velho Engenho Central de Porto Feliz – o primeiro da Província de São Paulo e o segundo mais antigo do Brasil -, inaugurado no dia 28 de outubro de 1878.  Até essa data o açúcar da cidade de Porto Feliz era produzido artesanalmente em pequenas engenhocas espalhadas por mais de uma centena de propriedades, como ocorria em outras localidades brasileiras.

Continua depois da publicidade

A partir de 1830 a produção do açúcar passou a enfrentar a concorrência do produto de outras origens, nos mercados internacionais. Saliente-se, por oportuno, que nessa época o açúcar produzido na então Vila de Porto Feliz era exportado, principalmente para Lisboa – Portugal. Por esse motivo a lavoura em Porto Feliz somente conheceria uma retomada de seu vigor a partir do dia 28 de outubro de 1878, quando aqui se inaugurou, conforme já dito, o primeiro dos chamados engenhos centrais, fábricas de açúcar modernas, da Província de São Paulo, e terceiro do Brasil.

Com maquinário francês, um grupo de fazendeiros se organizou sob a razão de Companhia Açucareira de Porto Feliz, assinando contrato com o Governo Imperial para garantia de juros privilegiados ao empreendimento. O mesmo contrato, porém, proibia a utilização do braço escravo, aspecto que aponta para a grande dificuldade que o Engenho Central de Porto Feliz logo viria a enfrentar, ou seja, a limitação de sua modernidade ao terreno dos equipamentos e do processo produtivo intramuros. O arcaísmo de métodos persistia nos demais aspectos, carecendo de novas técnicas na lavoura.

A empresa padecia ainda de problemas no transporte da cana, uma vez que Porto Feliz não era servida por ferrovia, o que agravava a deficiência no fornecimento da matéria-prima. Desafio dos maiores era substituir o trabalho servil nas plantações, o que se tentou recorrendo ao braço imigrante. O governo imperial, em fins de 1887, estabeleceu em Porto Feliz o Núcleo Colonial Rodrigo Silva, que receberia os primeiros imigrantes belgas no ano seguinte.

Continua depois da publicidade

Criou-se, nessa época, uma estrada de ferro que ligava a Colônia Rodrigo Silva ao Engenho Central, para o transporte da cana de açúcar. As vinte e cinco famílias belgas que chegaram a Porto Feliz foram arrebanhadas em sua pátria pelo padre Jean Baptiste VanEsse, que obtivera um contrato para tanto, com o Ministério da Agricultura do Império. A esse sacerdote passaram a ser dirigidas, desde muito cedo, diversas críticas, dando-se-lhe a maior parcela de culpa pelo fracasso da Colônia. A ele se atribuía um espírito autoritário, despótico, além de ser muito dado à bebida.

O fato é que a maioria dos colonos provinha de serviços urbanos em sua terra natal, no comércio ou na indústria, e não tinha intimidade com a lida rural. Estranharam o clima, a mata nativa que ainda rodeava a colônia, a dureza do trato com a cana. A maioria retornou para a Bélgica. Algumas poucas famílias ficaram na região, dedicando-se à policultura, à criação de gado, ao fabrico de aguardente.

Com essas e outras dificuldades, a história do Engenho Central de Porto Feliz avança pelo final do século XIX e pelo século XX, com arrendamentos, liquidação judicial e transferência para acionistas franceses e, bem mais tarde, novamente brasileiros, tornando-se a Usina Porto Feliz, até seu fechamento definitivo, na década de 1990.

Continua depois da publicidade

Não se pode negar, todavia, que a construção do Engenho Central em Porto Feliz revolucionou a produção de açúcar em toda a região e contribuiu para a consolidação de um importante ciclo na economia do nosso município. Salve Terra das Monções / Tua gente varonil / Honrará tuas tradições / E a grandeza do Brasil!

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados