O Brasil vive hoje um momento inédito de sua história, com o recorde de pessoas empregadas e o mais baixo índice de desemprego já registrado.

Apesar do cenário positivo, que se soma ao aumento real do salário mínimo e do poder de compra do brasileiro, bem como a ampliação dos programas e direitos sociais, o País vive assombrado por um velho fantasma: a inflação.

O aumento no preço dos combustíveis (em decorrência do aumento de um imposto estadual, o ICMS) e o aumento na tarifa de energia elétrica após a privatização do setor, têm a capacidade de gerar uma reação em cadeia, já que tornam mais cara a produção, distribuição e comercialização de praticamente tudo que consumimos.

No caso dos alimentos, temos outros fatores que influenciam nesta carestia: a diminuição da oferta de commodities, causada pelo aumento das exportações e questões climáticas.

Parece óbvio, mas é preciso lembrar sempre que a produção de alimentos é diretamente impactada pelas alterações no regime de chuvas, dos ventos e da temperatura, que por sua vez estão se tornando cada vez mais imprevisíveis graças as mudanças climáticas.

Estas alterações também impactam diretamente na geração de energia elétrica, já que nossa matriz depende das hidrelétricas que não produzem se não houver chuva, tencionando a inflação do setor e de tudo que depende dele.

Além de medidas emergenciais adotadas pelos governos nas três esferas, federal, estadual e municipal, seja na redução de impostos, aumento nos estoques de alimentos, estímulo à produção de alimentos da cesta básica no plano Safra, para enfrentar a inflação é preciso enfrentar também a crise climática.

Ações que vem sendo adotadas pelo governo lula como o combate às queimadas e ao desmatamento, a recuperação da mata nativa e a promoção de padrões sustentáveis de produção por exemplo, caminham nesta direção, mas trazem respostas de médio e longo prazo, por isso precisam ser políticas de Estado e não de governo.

Todas estas medidas em conjunto trarão benefícios concretos no combate à inflação e na construção de um País mais justo e sustentável, mas elas precisam romper uma barreira de preconceito de uma parcela da sociedade, que insiste em minimizar os impactos da crise climática.