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Nilson Regalado

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Produção de leite está à beira do colapso, e obriga governo a gastar R$ 200 milhões

Na última quarta-feira, uma portaria liberou R$ 100 milhões para aquisição de leite através da Companhia Nacional de Abastecimento

01/09/2023 às 11:44  atualizado em 01/09/2023 às 11:57

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Segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o leite fechou o primeiro semestre valendo 22,4% menos que em junho de 2022

Segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o leite fechou o primeiro semestre valendo 22,4% menos que em junho de 2022 | VadimVasenin

O Governo Federal vai repassar R$ 200 milhões a pecuaristas de todo o País para tentar evitar a quebra de milhares de produtores de leite. Na última quarta-feira, uma portaria publicada no Diário Oficial da União liberou R$ 100 milhões para aquisição de leite através da Companhia Nacional de Abastecimento. Outros R$ 100 milhões sairão do orçameto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome também decidiu comprar 259 toneladas de leite em pó. O pacote de bondades com um dos setores mais hostis ao Governo Lula incluiu o aumento na alíquota de importação de lácteos, de 12% para 18%, por parte da Câmara de Comercio Exterior, ligada à Presidência da República.

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Todas essas medidas tentam conter a importação desenfreada, que derrubou os preços pagos pelos laticínios aos produtores brasileiros. Segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o leite fechou o primeiro semestre valendo 22,4% menos que em junho de 2022.

Esse movimento se intensificou justamente na entressafra, o chamado período das vacas magras, entre o outono e o inverno, quando o pasto seca por falta de chuva, o que reduz a oferta de alimento para os animais. Isso obriga os pecuaristas a suplementar a alimentação das vacas com milho, soja e outros aditivos, o que encarece a produção.

Mas, essa crise que o setor atravessa começou às vésperas da eleição de 2022, quando o litro chegou a R$ 10,00 nas grandes cidades. Para tentar conter o impacto eleitoral negativo causado pela carestia, o então presidente Jair Bolsonaro determinou a suspensão das tarifas de importação do leite.

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Desde então, as importações de lácteos aumentaram 148%, segundo o Cepea/USP. Só no primeiro semestre de 2023, as importações somaram mais de 1,09 bilhão de litros. Em relação ao leite em pó, as compras externas aumentaram 234% no período. Uruguai, Argentina e Paraguai foram os principais fornecedores.

Se a redução nos preços ao consumidor é visível, no campo a manutenção dessa política destruiu a margem de lucro dos produtores e colocou em risco a segurança alimentar do País, com o iminente abandono da atividade pelos pecuaristas, o que tornaria o Brasil refém da importação e das variações do dólar.

Bahia encaminha transição...

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O Governo da Bahia trabalha para transformar Salvador em um grande hub para abastecimento de navios e aviões com combustíveis sustentáveis. A estratégia é aproximar produtores de hidrogênio verde e biocombustíveis dos seus consumidores, combinando a existência dos portos de Aratu, Enseada e Salvador com o Polo Petroquímico de Camaçari e a Refinaria de Mataripe.

...de olho no boom econômico...

Enquanto a Bahia se mobiliza para o irreversível boom econômico das próximas décadas, alimentado pelos combustíveis carbon free, a Baixada Santista continua ‘deitada em berço esplêndido’, mesmo abrigando o maior porto da América do Sul, o Pólo Petroquímico de Cubatão, a Refinaria Presidente Bernardes e a Bacia de Santos, rica em gás natural, insumo para produção de hidrogênio, que, por sua vez, gera combustíveis sustentáveis para aviação e navegação. Desde junho, esta coluna espera, sem sucesso, que a Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério de Portos e Aeroportos apresente as ações da pasta para o Porto de Santos em relação à transição energética...

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...enquanto Santos e Cubatão...

O Brasil tem potencial para se tornar o principal fornecedor mundial de combustível sustentável de aviação (SAF). E a indústria marítima prepara suas frotas para operar com combustíveis alternativos a fim de reduzir as emissões de carbono. A dinamarquesa Maersk já operou em agosto o primeiro navio movido a metanol verde no Canal de Suez, no Egito.

...vêem o ‘bonde passar’

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Na Bahia, o hidrogênio também será insumo para a indústria química, para fabricação de fertilizantes e para produção do chamado aço verde. As assessorias de comunicação da Fiesp e do Ciesp também foram procuradas por esta coluna para comentar os impactos das novas tecnologias no Pólo Industrial de Cubatão, mas não se manifestaram...

Filosofia do campo:

“A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos...”, Mia Couto, escritor moçambicano.

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