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Embarcação tem capacidade para 2.100 contêineres e a Maersk vai operar mais 24 navios flex bicombustível a partir de 2026
30/06/2023 às 16:48 atualizado em 30/06/2023 às 17:29
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A hidrólise é feita com o uso de fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica | Reprodução
O Comitê de Proteção ao Meio Ambiente Marinho da Organização Marítima Internacional se reúne a partir desta segunda-feira e deve decidir pela criação de um imposto global sobre a navegação. O setor despeja na atmosfera 3% dos gases do efeito estufa, responsáveis pelas tragédias climáticas, mas é considerado um dos mais atrasados e mais desafiadores no processo de transição energética. O imposto vem sendo discutido desde 2018, e ganhou força em junho, durante a Cúpula de Paris para um Novo Pacto de Financiamento Global, que contou com a participação de líderes mundiais, incluindo o presidente Lula.
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A ideia é forçar os transportadores a acelerar a conversão de suas embarcações para combustíveis menos agressivos que o óleo bunker. O Brasil tradicionalmente tem sido contra o imposto, que deverá fomentar pesquisas e novas tecnologias.
Nessa onda, a gigante Maersk anunciou em junho que seu primeiro navio movido a metanol verde vai ao mar em setembro. Esta será a primeira embarcação a navegar com o combustível, que é derivado de hidrogênio verde (H2V), produzido a partir da separação dos dois elementos presentes na água. A hidrólise é feita com o uso de fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica.
A embarcação tem capacidade para 2.100 contêineres e a Maersk vai operar mais 24 navios flex bicombustível a partir de 2026. Ao todo, cem navios movidos a metanol verde já foram encomendados por grandes empresas do setor. Na Suécia, uma operadora de balsas também acaba de anunciar um retrofit para que suas embarcações possam navegar com metanol a partir de 2025.
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Navio movido a sebo e soja
Nesta semana a Petrobras iniciou os testes com um biodiesel que será adicionado ao bunker à proporção de 24%. O biocombustível feito à base de óleo de soja e sebo bovino está sendo usado por um navio afretado pela Transpetro para navegação de cabotagem pelo litoral brasileiro.
Serão avaliados dados como consumo, potência e distância percorrida. O percentual estimado de redução de emissões de gases de efeito estufa é de 17%.
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Antes, entre dezembro e fevereiro, a Petrobras já havia testado bunker com 10% de biodiesel no Darcy Ribeiro, navio também a serviço da Transpetro. E os resultados não indicaram ocorrência atípica no funcionamento do motor.
Corredores verdes
Diante da aceleração da transição energética, fornecedores de combustível marítimo estão se mobilizando para a criação de corredores de abastecimento verdes. A ideia é fomentar a produção de diferentes tipos de combustíveis.
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Em junho, a Yara Clean Ammonia e a Bunker Holding assinaram memorando para fornecimento de amônia verde ao longo das principais rotas comerciais e portos do mundo. A amônia também é subproduto do hidrogênio verde.
Como revelou esta coluna na semana passada, os portos de Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco, vão receber investimentos de US$ 19,8 bilhões nos próximos anos para produção de H2V.
Esses projetos bilionários aguardam a definição de um marco regulatório que traga segurança jurídica aos investidores. E o tema virou discussão obrigatória na Câmara dos Deputados, onde foi formalizada há um mês a Comissão Especial da Transição Energética e Produção do Hidrogênio. No Senado, há dois projetos em análise. E o Governo Federal formou o Comitê Gestor do Plano Nacional do Hidrogênio.
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Novas oportunidades
Com o volume de investimentos previstos para Pecém e Suape, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, citou o H2V durante agenda no Maranhão, no último dia 14. E indicou para o cargo de membro titular do Comitê Gestor do Programa Nacional do Hidrogênio seu diretor de Gestão e Modernização Portuária, Otto Luiz Burlier Silveira Filho.
Oriundo da Companhia Docas da Bahia, Silveira Filho tomou posse no último dia 7, conforme a Portaria 389, assinada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
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Desde o último dia 15, o Diário do Litoral e a Gazeta de S. Paulo vêm procurando a Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério de Portos e Aeroportos para esclarecer se há algum investimento em H2V previsto para o porto de Santos.
Porém, até o momento, a Assessoria de Comunicação do MPOR não agendou a entrevista com Silveira Filho.
Filosofia do campo:
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“A gente tem que dar o testemunho fiel do nosso tempo, da nossa gente, e as conclusões que sejam tiradas”, Rachel de Queiroz (1910/2003), jornalista e escritora cearense.
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