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Nilson Regalado

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Há uma década, estudo da FAO já alertava para risco de epidemias letais como a Covid

Estudo advertia que 70% das doenças que surgiram no mundo após a década de 1940 estavam diretamente ligadas à expansão da agropecuária

05/01/2024 às 13:25  atualizado em 05/01/2024 às 14:08

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O risco à saúde global foi revelado com exclusividade há exatos dez anos, na primeira edição do Repórter da Terra, publicada pelo Diário do Litoral em 3 de janeiro de 2014

O risco à saúde global foi revelado com exclusividade há exatos dez anos, na primeira edição do Repórter da Terra, publicada pelo Diário do Litoral em 3 de janeiro de 2014 | Reprodução

Se o ‘tempo é o senhor da razão’, como diz o ditado popular, a Covid-19 se encarregou de confirmar o alerta feito pela FAO em dezembro de 2013. O estudo advertia que 70% das doenças que surgiram no mundo após a década de 1940 estavam diretamente ligadas à expansão da agropecuária. E o motivo principal para o surgimento dessas novas doenças é a derrubada de florestas, o que coloca o homem em contato com patógenos antes restritos ao mundo animal. Mais: o documento da agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura destacava vários tipos de viroses causadoras “até de epidemias letais”. O risco à saúde global foi revelado com exclusividade há exatos dez anos, na primeira edição do Repórter da Terra, publicada pelo Diário do Litoral em 3 de janeiro de 2014.

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Cinco anos depois do alerta da FAO, a humanidade ficou perplexa com o surgimento do SARS-CoV2, o coronavírus que matou mais de 20 milhões de pessoas nos cinco continentes, segundo cálculos da Organização Mundial de Saúde. E descobriu o tal ‘novo normal’, o isolamento, as máscaras, o álcool gel e uma dor que nenhum ser vivo jamais havia presenciado. 

Zoonótico, ou seja, transmitido de animais para humanos, o SARS-CoV2 surgiu em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China. Os doentes tinham em comum o contato prévio com o mercado da cidade, conhecido por vender alimentos in natura.

Os cientistas pensam que a transmissão do novo coronavírus aconteceu de forma semelhante aos vírus de 2003 — que infectaram humanos em contato com morcegos infectados. Ao usar seu sonar, por exemplo, morcegos liberam partículas de saliva que podem estar carregadas de potenciais patógenos, como o SARS-CoV-2.

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Provavelmente o animal hospedeiro da Covid-19 estava sendo vendido no mercado de Wuhan. Retirado da floresta para alimentar humanos, o pangolim foi, ao que tudo indica, o protagonista dessa transição do vírus para os humanos.

Segundo o alerta veiculado pela FAO há uma década, a lista de doenças transmitidas de animais silvestres para bois, porcos e aves criados em cativeiro e, daí, para os humanos, inclui também infecções mais banais como a bronquite e a laringite. A agência da ONU citava também a dengue e a aids, que surgiram após o avanço das áreas agrícolas sobre florestas desmatadas.

O motivo do surgimento de tantos vírus é a necessidade de produção cada vez maior de bovinos, porcos e aves para alimentar a crescente população humana. Essa demanda por proteína animal tem obrigado produtores a ampliar as áreas de pastagem em todo o mundo.

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E esse avanço provoca o contato com espécies silvestres até então isoladas em regiões remotas. Segundo a FAO, em dezembro de 2013 um quarto da superfície terrestre já era usada para pastagem e 40% da produção global de cereais servia exclusivamente à alimentação desse rebanho.

De acordo com o documento revelado pelo Repórter da Terra, naqueles dias a pecuária já usava mais terra do que qualquer outra atividade humana. Além disso, os animais eram criados em ambientes cada vez menores, o que facilitava a rápida transmissão desses vírus entre o rebanho confinado.

E o alerta deixava claro: ou a humanidade para de crescer nos níveis atuais ou será necessária uma mudança nos hábitos alimentares em escala global. E essa transição deverá levar em conta tanto o risco de novas epidemias globais quanto as mudanças climáticas provocadas pela derrubada das árvores que absorvem os gases causadores do aquecimento global.

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Por mais orgânicos e...

O Paraná fechou 2023 em primeiro lugar na produção de alimentos orgânicos do Brasil. No total, o Estado soma 3.911 produtores rurais certificados, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Somente de janeiro a setembro, foram certificados 347 novos produtores com o apoio do Governo do Estado, que tem capacitado gratuitamente agricultores familiares. Isso corresponde a 47,7% de todos produtores certificados no período.

...menos venenos agrícolas

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São Paulo contabiliza 2.196 agricultores certificados, espalhados por 265 municípios. Na Região Metropolitana da Baixada Santista, há produtores cadastrados na Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento em Santos, Guarujá e Itanhaém. No Litoral Norte, Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião também têm agricultura livre de venenos agrícolas. Em Sete Barras, Registro, Ribeira, Pedro de Toledo, Pariquera-Açu, Juquiá, Itariri, Iporanga, Iguape, Eldorado, Cananéia, Cajati, Barra do Turvo, Barra do Chapéu e Apiaí, no Vale do Ribeira, também há agricultores 100% orgânicos.

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