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O Timão pode não ser o Cuiabá, como alegou Mano Menezes, mas nos últimos anos também não vem sendo Corinthians
31/01/2024 às 12:49 atualizado em 02/02/2024 às 14:18
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Caiu em Itaquera, o tabu já era | Rubens Chiri/São Paulo FC
O tão falado "tabu" do São Paulo nunca ter vencido o rival Corinthians na Neo Química Arena chegou ao fim. Foram cerca de 10 anos, 19 jogos, mas a escrita caiu. E essa situação só escancara ainda mais a crise no Timão.
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Uma hora o time perderia em casa para o Tricolor, normal. Tudo uma hora tende a acontecer, assim como o título da Libertadores do Corinthians, ou até o da Copa do Brasil do rival São Paulo, ambos demoraram, mas chegaram. A questão é que o Timão perdeu em um momento que já não estava nada bom.
O São Paulo aparenta mais organização, mais forma de uma grande equipe, mais elenco. O Tricolor passou anos para se reerguer e agora dá esperanças ao seu torcedor de que a hora chegou. Derrubar o tabu era questão de tempo. O time merecia esse feito já há alguns jogos. E quis o destino que no primeiro jogo de Lucas Moura na Neo Química Arena, já fosse com vitória tricolor. Carpini derruba a escrita já na primeira tentativa, coisas do futebol. A maré parece finalmente ter se acalmado no Morumbi.
A gestão Duílio acabou sem levantar nenhum troféu. Um ano de 2023 de puro fracasso. Ano de Libertadores que foi iniciado com o "brilhante" planejamento de começar com Fernando Lázaro estreando como técnico profissional. Deu errado.
Tiveram a ideia de contratar Cuca, mesmo com toda a polêmica judicial envolvendo o profissional. Deu errado. Contrataram Luxemburgo, que estava um longo período parado, e, bem, acho que deu pra entender que também deu errado.
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2023 acabou com eliminação nas quartas do paulistão, em casa, para o Ituano. Eliminação nas semis da Copa do Brasil para o São Paulo, após vencer o jogo de ida e ter uma atuação covarde na volta. Eliminação nas semis da Copa Sul-Americana, para o Fortaleza, que é muito mais organizado.
Mas e nos pontos corridos?
No Brasileirão o Timão brigou para não cair e ainda sofreu a pior derrota da história do seu estádio, 5 a 1 para o Bahia, rival direto na briga contra o descenso - no fim os dois se salvaram e o Santos acabou rebaixado.
Fim da gestão Duílio e fim dos problemas? Claro que não. Mas para a nova diretoria, parece que sim.
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É delicado fazer um balanço de 2024 com apenas quatro jogos na temporada. A equipe ainda pode se reforçar, encaixar, embalar, sair campeã. Sem dúvidas que pode. Mas no momento da publicação desta coluna, não da nenhum indício disso. Três derrotas seguidas em quatro jogos na temporada. Na única partida que venceu, viu o adversário ser mais perigoso, mesmo atuando dentro de Itaquera.
Derrota para o Ituano, fora de casa, pode ser apenas um deslize, mas a derrota seguinte foi um vexame doloroso. A equipe corintiana perdeu para o São Bernardo, novamente fora de casa. Um time bem arrumado que vem crescendo, é verdade. Mas o fator que tornou a derrota vexatoria foi outro: o Timão jogou quase 90 minutos com um jogador a mais. Sofreu o gol, tendo um a mais em campo, e quase sofreu o segundo. A torcida então pedia para que no clássico contra o São Paulo, fosse "guerra", mas não foi.
Era a chance de se reerguer e usar o tabu para novamente iludir seu torcedor de que estava tudo bem - coisa que a equipe vinha fazendo muito bem nos últimos cinco anos, por sinal. Era o único "troféu" que o clube podia usar com a sua torcida desde seu último título conquistado. Chegava a ser cômico. "Perdemos a Copa do Brasil, a Sula, o Paulista, brigamos para não cair no Brasileiro, mas... tabu mantido, Fiel!" E agora?
Na pressa por tirar do poder uma aliança que ja liderava o Corinthians há muitos e muitos anos, veio a eleição de alguém que parece não ter experiência com futebol. Como de praxe, o novo mandatário assumiu cheio de promessas, e parecia cumprí-las. Mas...
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O maior patrocínio da história do futebol sul-americano foi um baita acerto da atual gestão corintiana. Porém, na ânsia de fazer o anúncio e trazer a torcida ainda mais para seu lado, veio o outro lado da moeda - e esta, diferente de como utiliza um rival do Morumbi, não caiu de pé. Informações dão conta que o Corinthians terá que pagar cerca de R$ 40 milhões de reais para rescindir com a antiga casa de apostas.
No meio disso, dois jogadores foram embora por puro amadorismo na direção. Veríssimo foi anunciado em definitivo supostamente sem o time ter sequer assinado oficialmente. O lateral Matheuzinho chegou a treinar com os colegas de Corinthians sem ao menos ter assinado contrato, no fim as exigências não bateram e o atleta voltou ao Flamengo sem sequer ter se tornado, de fato, jogador do Timão.
A reformulação tão falada foi iniciada, jogadores saíram após um longo período de clube, mas poucos chegaram. O elenco dos sonhos está virando uma dor de cabeça devido a ausência de reforços.
O tabu se foi. A seca de títulos continua. E o Corinthians pode não ser o Cuiabá, como alegou Mano Menezes, mas nos últimos anos também não vem sendo Corinthians. Enquanto a equipe mato-grossense cresce, o Timão se estagna.
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Rubão, que estava no clube quando o rebaixamento ocorreu em 2007, em algum pico de autoestima inexplicável, chegou a afirmar que "acabou a farra" e que os rivais se preparassem. Pois bem, mas se a farra acabou, o que foi que acabou de começar? Só resta a repetir a frase como diz o hino: "Salve o Corinthians", porque a torcida corintiana não aguenta mais más notícias.
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