A tão chamada de "camisa mais pesada" entre as seleções do mundo aparenta estar cada vez mais leve. A seleção brasileira conseguiu, por incrível que pareça, dar vexame em quatro categorias diferentes em um intervalo recente.

• O sub-20 foi eliminado de uma Copa do Mundo para a seleção de Israel, muito menos badalada e com elenco notavelmente inferior;
• O futebol feminino, que tanto foi comentado pelo fato de ter o maior investimento da história (como se não fosse uma obrigação isto estar acontecendo) deu vexame e saindo ainda na fase de grupos da Copa do Mundo, não sendo capaz de marcar um gol na modesta Jamaica, uma seleção bem mais desconhecida no âmbito do futebol, mas que ainda assim fez mais pontos que o Brasil e avançou de fase;
• O masculino principal teve o pior desempenho da história da seleção em mais de 60 anos, foi derrotado por Marrocos, Senegal, sofreu a primeira derrota em casa nas eliminatórias, para a Argentina, empatou com a Venezuela, perdeu para Colômbia e Uruguai, e muito mais;
• A seleção pré-olímpica, mesmo com nomes como Endrick, John Kennedy e cia, conseguiu a proeza de ficar de fora do futebol da próxima Olímpiada, perdendo a vaga para Argentina e Paraguai.

Isso sem considerar que o presidente chegou a sofrer o Impeachment e depois retomar o poder em uma polêmica gigantesca.

• Dorival mereceu realizar o sonho de treinar a seleção

Foram quase 12 meses esperando Carlo Ancelotti. Pior desempenho em início de eliminatórias em muito tempo.

Não é fácil deixar a seleção brasileira tão mal assim, mas os responsáveis estão conseguindo.

A bola da vez agora é Dorival Jr. que ainda fará sua estreia pela Canarinho, e se der errado, jogarão a culpa nele alegando que "escolheram o melhor que tinham", e se der certo irão falar que "o trabalho é bem feito" mesmo após tentativas frustradas e o plano B (ou C) ser o escolhido.

Fernando Diniz treinou a seleção e o Fluminense ao mesmo tempo, outro fator inacreditável da bagunça que é a CBF. Isso tudo com ele sendo colocado como "interino" por uma confederação que confiava cegamente que tinha um acordo com Carlo Ancelotti. Se o treinador italiano deixasse o Real Madrid para treinar o Brasil, hoje, seria a pior decisão da história do esporte.

Jogaram nas costas de Dorival, um brasileiro que cresceu vendo bons times e alimentando o sonho de um dia ser o comandante amarelinho.

E claro, não dá para não citar o pior treinador que já pisou na seleção nacional: Ramon Menezes. Quem perdeu para Marrocos e Senegal como treinador foi ele. Quem foi eliminado para Israel foi ele. Quem conseguiu deixar o time de fora das Olímpiadas também foi ele. Um treinador sem currículo vitorioso para estar onde está, e que já deveria ter sido demitido há, pelo menos, seis meses. Ou melhor, que não deveria nem ter sido contratado. Mas pior que o Ramon, somente quem o contratou e ainda o banca por lá.

A seleção mais vezes campeã do mundo está em crise, uma crise criada por quem lá está. É necessário muito esforço para colocar uma pentacampeã nessa situação. Os jogadores podem não ser os melhores da história, mas ainda assim estão entre os melhores do mundo da atualidade. Se não a melhor, pelo menos uma das melhores seleções em questão de elenco, opções. Mas em campo? Apenas um time desorganizado, que parece que só joga por obrigação de cumprir calendário. Um time sem comando. E este comandante ruim que estou citando nem é o treinador.