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Discurso de ser a única seleção pentacampeã do mundo apenas atrasa o Brasil, com jogadores que nunca ganharam nada com a Canarinho
08/07/2024 às 18:20 atualizado em 08/07/2024 às 18:40
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O discurso arrogante de Andreas Pereira, dizendo que os uruguaios "sonham em ter os jogadores que tem no Brasil", não cola mais | Rafael Ribeiro/CBF
O discurso arrogante de Andreas Pereira, meio-campista da seleção brasileira, exaltando a única a ser pentacampeã do mundo e dizendo que os uruguaios "sonham em ter os jogadores que tem no Brasil" não cola mais. E não é de agora, já faz um tempo que ele está ultrapassado.
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O tão temido meio-campo de "Premier League" (Liga Inglesa) citado por Andreas, tem um jogador do West Ham, um do Fulham, um do Newcastle, um do Wolves e um do Aston Villa. O que eles têm em comum? Nenhum faz parte do big-six, os seis maiores clubes da Inglaterra.
Douglas Luiz fez temporada fantástica, Aston Villa terminou muito bem, e agora o atleta rumou para a Itália para defender a Juventus, uma gigante do país. Bruno Guimarães fez boa Copa América defensivamente, e é um dos destaques do Newcastle que já disputou vaga em competições europeias em outra temporada.
João Gomes viveu altos e baixos, mas é um bom jogador com futuro promissor, que ajuda em um equilíbrio maior no meio-campo, mas que na Inglaterra atua em um time que não fez nada relevante.
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Lucas Paquetá talvez seja o maior injustiçado. Fora de campo, não é possível comentar sobre as acusações contra ele por suposto envolvimento em casos de apostas. Mas quando a bola rola, é o melhor meia do Brasil, o jogador mais lúcido em campo. O único que tenta um passe diferente e jogadas além das padrões.
Andreas fez uma boa temporada no Fulham, o clube mais modesto entre todos eles. Suárez, ao defender a seleção uruguaia afirmou que "Andreas era o reserva do Arrascaeta no Brasil". O que não é totalmente verdade, já que Arrascaeta era o 10, enquanto Andreas jogava de forma mais recuada. Porém, é fato que o brasileiro não era titular absoluto do Flamengo, diferente do uruguaio que segue sendo o craque até hoje.
Não é um jogador ruim, mas não pode sair falando frases-feitas e repeti-las esperando que alguém as compre. Não é "eles contra nós", isso não existe. Um brasileiro que realmente ama o futebol, quando a seleção entra em campo, não seria capaz de torcer para seu fracasso. Além disso, o papo de "País com mais Copas" pode até ser verdade, mas apenas escancara como o Brasil parou no tempo.
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A seleção brasileira só voltou a ser respeitada com Felipão em 2013 (mas que um ano depois sofreu uma derrota por 7 a 1), e depois apenas com Tite, que mesmo tendo fracassado em duas Copas, foi soberano nas eliminatórias e tomou conta da América do Sul.
Em um recorte mais recente, apenas duas vezes o "pentacampeão" foi capaz de chegar nas semis da copa continental. As duas com Tite, sendo um título e um vice-campeonato. Portanto, já passou da hora de mudar o discurso de "soberano" e aceitar que hoje o Brasil é apenas um dos times fortes da América do Sul.
Hoje, está atrás de Argentina, Uruguai e Colômbia. Na Copa América 2024, jogou menos que a Venezuela. A humildade precisa voltar. Ninguém que lá está hoje, é diretamente responsável por uma das cinco estrelas que carregam no peito. Ninguém ali ganhou nada pela seleção, a não ser uma Copa América (sendo poucos os que a venceram e ainda seguem na seleção).
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Chega de soberba, falta futebol. Não interessa se representam um time com cinco ou zero Copas. Mudar o planejamento.
Na Espanha, o craque do time é Lamine Yamal, que completa apenas 17 anos no dia 13 de julho. Outro destaque da Eurocopa é Arda Guler, jogador turco, de 19 anos. Musiala, da Alemanha, tem 21 anos e já disputou duas Euros e uma Copa.
Mas no Brasil, um jogador não pode ser titular simplesmente pela idade. A CBF parece não avaliar qualidade, apenas olhar o RG do jogador, checar a data de nascimento e assim definir se ele pode ser titular.
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Endrick, que foi escalado de forma bizarra como um 9 brigador contra o Uruguai, precisa ser titular da seleção se for ser protagonista de um novo ciclo. Estevão, outra promessa grandiosa brasileira, precisa ser convocado quanto antes e receber chances.
Bento, Beraldo, Murilo, Murillo, Yan Couto, André, Danilo (volante), Pablo Maia, todos que tiverem da CBF alguma expectativa de serem importantes para a seleção, precisam jogar. Está na hora de entender que o "futuro da seleção" é também o presente. Martinelli joga bem sempre que tem chances, mas é mais um que nunca entra com tempo nas competições mais relevantes, perdendo espaço para as mesmas caras de alguns anos.
Quanto antes os mais jovens pegarem rodagem, maior a longevidade e chance de sucesso da seleção brasileira.
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E não falei de Dorival Júnior, não porque esqueci, mas sim por ele ser o menor dos culpados. Se ele foi o escolhido, que fique até a Copa e tenha sua chance. Desde que ele, junto da CBF, deixe de lado o orgulho e comece a deixar o fator idade de lado e passe a usar mais jovens.
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