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Tricolor Paulista é o único time a conquistar no século 21 todos os títulos: Brasileiro, Estadual, Libertadores, Sul-Americana, Mundial, e agora, a Copa do Brasil
25/09/2023 às 11:48 atualizado em 25/09/2023 às 13:21
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São Paulo é campeão da Copa do Brasil | Rubens Chiri e Paulo Pinto / São Paulo FC
A espera acabou. O São Paulo conquistou o único título que faltava em sua galeria de troféus: a tão sonhada Copa do Brasil. Após uma campanha irretocável eliminando quatro campeões da competição, sendo dois destes seus maiores rivais e batendo o até então atual campeão na decisão, o Tricolor Paulista embolsará R$ 70 milhões pelo título.
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Um jogo decisivo que nem foi dos mais geniais. Início ruim de partida, mas que foi evoluindo com o passar do tempo. E o autor do gol mais importante da década para o clube foi um "Made In Cotia", tinha que ser assim. Rodrigo Nestor, muito criticado por alguns torcedores, o meia é o melhor jogador do time em aproveitamento de finais. Quatro decisões, com três assistências e um gol. Tudo isso em um atleta que não foi preciso gastar milhões para contratar, ele veio das categorias de base.
Alisson, de um ponta criticado e "dispensável", virou um dos melhores segundos volantes do País. Lucas Moura voltou para se tornar ainda mais ídolo da instituição. Rafinha, fez tudo o que se esperava de um veterano vitorioso e torcedor do clube: distribuiu confiança. Calleri, atuou machucado por mais de seis meses, buscando ser campeão, e conseguiu. Aquele grito que ecoava no Morumbi nos anos 2005, 2006, 2007 e 2008, pode (e deve) voltar a ser entoado: "Time de guerreiros".
O título rendeu ao São Paulo alguns feitos históricos. O Clube da Fé é o único a vencer, no século XXI: Brasileirão, Estadual, Sul-Americana, Copa do Brasil, Libertadores e o Mundial de Clubes. O Tricolor também se tornou um dos dois únicos clubes a serem campeões "de tudo", ao lado do Internacional, de Porto Alegre. Aos rivais paulistas, resta o título da Sul-Americana.
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Dorival Júnior prometeu assim que chegou ao clube: "iremos jogar uma final nessa temporada", e não apenas jogaram, como ganharam. O que escancara uma decisão bizonha da CBF: o técnico da seleção é Fernando Diniz, com apenas um Campeonato Carioca em seu currículo. Dorival venceu duas Copas do Brasil e uma Libertadores, isso em apenas dois anos. Notícia boa para todos os são-paulinos. Como disse Luciano após o título: "agradecer à diretoria do Flamengo por ter demitido o Dorival e ele estar aqui hoje".
Pelo planejamento, o Flamengo colheu tudo o que plantou. Desde a opção pela saída de um treinador que ganhou duas Copas, uma negociação com um treinador empregado, até conflitos de dirigentes com a torcida incluindo até mesmo supostas mordidas em virilha de torcedores. A soberba da direção rubro-negra, arruinou uma temporada. O feito inédito do Flamengo foi extremamente negativo: seis disputas e seis derrotas.
A trajetória começou com Rogério Ceni, enfrentando o Ituano. Foi quase uma unanimidade que, entre as possibilidades de sorteio, o São Paulo havia caído com o adversário mais difícil. E dentro de campo também foi assim. O time de Itu havia acabado de eliminar o Corinthians em plena Neo Química Arena, e vendido de forma bem cara a vaga para a final para o Palmeiras, após um 1 a 0. No único jogo sob o comando de Ceni, um empate sem gols em um Morumbi lotado. Na volta, já com Dorival, um grande jogo com vitória de 1 a 0, com gol de Wellington Rato.
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Na fase seguinte, veio o Sport. O time de Dorival quebrou uma invencibilidade enorme que o Leão da Ilha possuía na Ilha do Retiro. No jogo de volta, derrota acachapante em um Morumbi ainda mais lotado, com classificação dramática nos pênaltis.
Veio o Palmeiras, e assim como em 2022, o Tricolor Paulista novamente eliminou o rival, vencendo desta vez os dois jogos. Nas semis, vitória memorável contra o Corinthians, e na decisão vitória no Maracanã sobre o Flamengo e empate no Morumbi. Talvez a maior campanha de um campeão desta competição. Demorou a chegar. Mas quando veio, chegou para ninguém botar defeito.
É importante frisar que o time está em uma posição delicada no Campeonato Brasileiro. Portanto, para evitar dar sopa para o azar, é bom não misturar o sentimento de festa com a entrega para as cerca de 15 rodadas que faltam no nacional. É atingir 45 pontos para sacramentar a melhor temporada em muito tempo.
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A torcida conduziu, cantou, sofreu (e sofreu muito) nos últimos anos. Só no recorte dos últimos dez, foram dois quase rebaixamentos, um vice Brasileiro, dois nacionais perdidos após virar o 1º turno na liderança. Um paulista conquistado e dois vices. Uma eliminação de Libertadores na fase de semifinais, uma na fase de grupos, entre outras participações na competição. O mais dolorido de tudo talvez tenha sido o vice da Sul-Americana de 2022, para o Del Valle, em Córdoba. Mas o time parece ter aprendido a jogar finais. Essa legião são-paulina merecia, precisava, buscava essa conquista. E ela chegou.
Se é errando e perdendo quem se aprende, o Tricolor aprendeu. Cresceu, e cresceu muito. Evoluiu aos poucos, e fez jogos para qualquer ídolo são-paulino se orgulhar. De Leônidas a Raí. De Telê Santana a Muricy. De Zetti a Rogério Ceni. De Dario Pereyra a Hernanes. Todos, mesmo os que nem estão mais por aqui, certamente estão orgulhosos da entrega e raça demonstradas em todos os jogos. O "Mais Popular" parece agora firmado de vez. A torcida pode comemorar: o campeão voltou, o São Paulo é campeão da Copa do Brasil.
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