Entre em nosso grupo
2
O 'porrada neles' virou 'vexame nosso' com um time apático e vexatório que parecia juvenil contra a ótima Argentina
26/03/2025 às 16:10 atualizado em 26/03/2025 às 16:32
Continua depois da publicidade
Com atuação vexatória, Brasil sofre vexame contra a Argentina e perde por 4 a 1 | Rafael Ribeiro/CBF
São tantos erros que fica difícil pontuar todos. Mais uma vez, a seleção brasileira de futebol, que deveria ser a camisa mais pesada do mundo, virou motivo de piada. O maior vexame desde o 7 a 1 foi registrado no Estádio Monumental, para a maior rival Argentina: derrota por 4 a 1. E deveria ter sido mais.
Continua depois da publicidade
Mas o que importa a derrota, não é mesmo? O importante é que o senhor Ednaldo Rodrigues foi reeleito com 100% de apoio e ficará mais anos no comando. Bem, ao menos para ele, parece ser apenas isso que realmente importa.
Os clubes também parecem satisfeitos, uma vez que apoiaram a reeleição e barraram qualquer chance de mudança. E o sistema de 4-2-4 que não deu certo em time nenhum, para a surpresa de todos, também deu errado no Brasil.
Ednaldo não conseguiu encontrar, em três anos, um treinador para tocar o projeto rumo à Copa de 2026. Primeiro, afirmou que o técnico seria Carlo Ancelotti, mas, aparentemente, esqueceu de avisar o técnico deste fato, pois ele nunca pareceu perto de realmente vir.
Continua depois da publicidade
Ramon Menezes fez um trabalho terrível, Fernando Diniz assumiu interinamente e foi fiasco. Dorival assumiu, à época com méritos, deu sinais de evolução, mas que já evaporaram.
Mas, se a culpa é sempre do comandante, em vez de culparem o comandante do time, Dorival, deveriam culpar o comandante da confederação: Ednaldo Rodrigues.
Não bastasse o Brasil não estar jogando bola há anos, não vencer nem Copa América e estar sofrendo para ganhar de seleções inferiores, o ídolo e campeão mundial de 1994, Romário, achou uma brilhante ideia colocar lenha na fogueira contra a atual melhor seleção do mundo.
Continua depois da publicidade
Usou Raphinha, o melhor do mundo até aqui, como cúmplice, sem que o atleta percebesse, e perguntou se, no clássico Brasil e Argentina, haveria "porrada", se fosse necessário. Raphinha, vendo o seu maior ídolo na sua frente, concordou e respondeu o que o Baixinho gostaria de ouvir.
Romário foi gênio como jogador e se mostra gênio como entrevistador, mas, neste caso, apenas para benefício próprio. Conseguiu engajamento e audiência, mas prejudicou ainda mais um cenário que já era negativo.
Jogo no Monumental, onde o Brasil não costuma se dar bem, contra a Argentina, atual campeã mundial, líder isolada das Eliminatórias, e, por mais que doa aceitarmos, deu a lógica.
Continua depois da publicidade
Bento, goleiro escalado para o clássico, teve a audácia de dizer após o jogo que a Argentina teve "sorte" em algumas partes do jogo. Pois a sorte, na realidade, foi do Brasil. Os quatro gols foram poucos, ficou barato. Caso não tirassem o pé, teria sido muito mais.
E diferente do "1" do sete a um, que ainda foi uma jogada criada pelo Brasil contra os alemães, o "1" do quatro a um foi dado de presente. Foi a única finalização relevante da seleção brasileira em todo o jogo, e foi entregue.
Bento foi mal e inseguro. Murillo, estreante, estava totalmente nervoso e parecia um jogador de categoria de base. Guilherme Arana, que não joga em seu auge já há alguns meses e nunca fez um jogo brilhante pela seleção, errou tudo, ajudando muito nos gols sofridos.
Continua depois da publicidade
Marquinhos, dá margem para pensarmos que foi graças ao Thiago Silva ao seu lado que ele tenha parecido o grande zagueiro pintado. Pois desde então, só entregou atuações fracas. E como capitão, não brigou, não ajustou, apenas se omitiu. Poderia tranquilamente perder o posto de titular.
Joelinton voltou a jogar mal, André ainda não justificou toda aquela badalação que surgiu em sua volta em 2023. Wesley, jovem lateral, foi o menos culpado e ainda tentou algo.
Já no setor de ataque... Raphinha não deu porrada nem jogou bem, mas ainda foi o menos pior das estrelas. Vini teve um jogo do nível que costuma ter pela seleção: abaixo, infelizmente, longe de ser o craque que é no Real Madrid. Rodrygo, apagado, foi sacado no intervalo.
Continua depois da publicidade
Matheus Cunha se aproveitou da entregada para fazer o gol que deu falsas esperanças.
Dos que saíram do banco, os menos culpados por tudo. Léo Ortiz ainda apresentou uma leve melhora na zaga, Endrick foi mal e não conseguiu incomodar, João Gomes ficou sumido. Savinho e Éderson não merecem críticas, pois entraram depois do estrago já feito.
O pior? Venceu o melhor time. Hoje, a Argentina é muito superior ao Brasil, e não chega a ser pouco. Venceram, convenceram, dominaram, e tudo isso dentro de campo, sem apelar para polêmicas ou faltas.
Continua depois da publicidade
No pós-jogo, um vídeo em silêncio com os gols ilustram bem o que a Canarinho se tornou: a seleção que muita fala e pouco faz.
A passagem de Dorival até aqui, é inegavelmente decepcionante. O sistema utilizado pelo Brasil é um 4-2-4 (mesmo que tentem negar em coletivas da comissão). Seja no Palmeiras ou Flamengo, no Barcelona ou Real Madrid, esta formação nunca deu certo em lugar algum.
O meio-campo acaba com dois jogadores, enfraquecido, e com quatro jogadores no ataque bem marcados, o time fica frágil e vira presa fácil.
Continua depois da publicidade
Alguns casos recentes mostram isso. Corinthians precisou abandonar a ideia e usar três volantes para organizar o time. São Paulo sofre para organizar um ataque sem desequilibrar a defesa.
Até times de elite europeia sofreram com esta formação. Pep Guardiola, viu seu time esfacelar com a lesão de Rodri e um meio-campo enfraquecido com quatro jogadores avançados. Com Bernardo, Savinho, Foden e Haaland, o time perdeu força de marcação, e o brasileiro Savinho teve que ser muitas vezes sacrificado.
O setor do meio de campo é o pulmão de um time. Precisa ter dois jogadores que marquem muito bem e não abandonem seus postos, junto de um que saiba criar. Ou três que marquem e façam a bola chegar na frente. Jogar com um jogador que seja marcador e outro que já ataque melhor do que se defende, sufoca a defesa sem a bola, deixando qualquer erro mais fatal.
Continua depois da publicidade
Está na hora de equilibrar o time, deixar de lado este ataque que só é forte no papel e em seus times europeus, e focar em primeiro montar uma defesa e meio forte, para então deixar a criatividade e efetividade resolver no ataque.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade