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Leonardo Sandre

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Os maus planejamentos de Corinthians e São Paulo

Erros sucessivos das diretorias fazem os novos treinadores assumirem sem tempo de trabalho e com a necessidade de avançarem na Copa do Brasil

24/04/2023 às 11:39  atualizado em 24/04/2023 às 18:08

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Demissões de Lázaro e Ceni escancaram a falta de planejamento no futebol brasileiro

Demissões de Lázaro e Ceni escancaram a falta de planejamento no futebol brasileiro | Rodrigo Coca/Ag.Corinthians e Saopaulofc.net

Após quase um mês sem jogos para Corinthians e São Paulo e depois de esgotar qualquer prazo que tornaria tranquilo um início de um novo trabalho, as direções decidiram que era hora de mudar os comandos técnicos. Agora, com as competições já em curso - as continentais perto do meio de sua fase de grupos, a Copa do Brasil em fase derradeira e o Brasileirão no início -, os clubes começam um novo trabalho da "estaca zero".

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Planejamento alvinegro

Corinthians teve um longo tempo para definir seu treinador para 2023. Na dúvida se Vítor Pereira ficaria, a direção do Timão definiu que iria esperar até o último momento para tentar a permanência do português - sem sucesso. Era hora então de decidir quem seria o técnico para o elenco recheado de medalhões, para enfrentar uma temporada com Libertadores e quem sabe, pôr fim na seca de títulos. Mas a escolha, desde seu princípio, não agradou a todos.

Fernando Lázaro tem identificação com o Corinthians, isso não há como negar. Tem tempo de trabalho dentro do clube e é filho de um grande ídolo alvinegro, o Zé Maria. Porém, como treinador ainda não possuía experiências. Uma escolha ousada da diretoria, para um elenco caro como é o do Timão.

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Um curto período como treinador interino com um bom aproveitamento acabaram o credenciando para comandar Róger Guedes, Yuri Alberto, Renato Augusto, Giuliano, Cássio, Fágner, Gil, e mais atletas "medalhões". Lázaro já chegou com data para ser demitido. Seus 57% de aproveitamento nem eram tão baixos, mas derrotas em momentos decisivos da temporada custaram caro. Fernando Lázaro então, pareceu concordar que a aposta arriscada realmente não deu certo, e aceitou retornar para auxiliar da equipe.

Menos de uma hora depois, o clube anunciou Cuca, com forte reprovação da Fiel Torcida. Pareceu que Duílio, presidente do Corinthians, sabia que enfrentaria questionamentos com a chegada do profissional, e acelerou o processo antes que um boicote mais forte pudesse impedir a contratação.

O currículo de Cuca é incontestável. Campeão do Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, além de estadual. Mas pesa contra ele a acusação de um crime sexual na Suiça, em 1987. Me absterei de entrar em detalhes e deixarei para a justiça decidir o que é mais correto, mas, tanto importou este tema, que até mesmo foi citado na coletiva de apresentação do técnico.

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Já não bastasse toda a polêmica, a estreia do treinador foi desastrosa. Derrota de 3 a 1 para o Goiás, com direito a golaço de Apodi nos minutos finais. Já faziam 10 anos que o Corinthians não saía derrotado para o Esmeraldino. 

Agora, resta esperar a decisão da Copa do Brasil e da fase de grupos da Libertadores, e sentir se a torcida apoiará a manutenção de Cuca no comando da equipe. Mas fica o questionamento: Por que trocar agora? Não seria mais fácil ter mudado logo após a queda no Paulista? Assim o novo profissional teria um longo tempo para treinar a equipe.

Planejamento tricolor

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No Morumbi, mais uma vez o planejamento foi falho. Após pedirem a permanência de Rogério Ceni para 2023, a direção não deu o respaldo necessário e na primeira hora de "vai ou racha" demitiu o maior ídolo da instituição.

Seu auge foi com dois vices: Paulistão e Sul-Americana em 2022. Para a temporada atual, ajudou na montagem de elenco. Patrick, destaque do ano passado, saiu, após discussão. David, em baixa no Internacional, chegou, bancado por Ceni. O técnico só pediu uma coisa para a direção: tempo. Mas não o obteve.

Queda precoce nas quartas do Paulistão, empate sem gols contra o Ituano na ida da Copa do Brasil e derrota na abertura do Brasileirão, pesaram na demissão. Na Sula, Rogério seguia tranquilo, tendo vencido os dois jogos por 2 a 0. Mas, o fator crucial para sua saída foi outro: o clima. Não necessariamente com o elenco, mas sim com a direção, que não gostava de ser cobrada publicamente.

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Rogério Ceni é maior que qualquer diretor e conselheiro. O ex-goleiro-artilheiro é o maior ídolo do São Paulo, se alguém tinha moral o bastante para apontar os erros lá dentro, esse cara é o Rogério. Cansada de ouvir que seguía errando muito, a direção optou pela demissão. É a segunda vez que Ceni é tratado como "capacho". Foi usado de campanha eleitoral em 2017 para que Leco vencesse a disputa presidencial, e agora usado como escudo humano para uma direção que errou em demitir Hernán Crespo e errou novamente em como gerir elenco e dívidas em 2023. 

Com a demissão do "M1TO", agora a pressão vai diretamente para Júlio Casares, Belmonte e companhia. Ainda mais pela maneira que trataram a demissão após uma vitória.

Dito isso: Dorival não tem culpa de nada disso. Sempre respeitou o São Paulo e chega como atual campeão da Libertadores e Copa do Brasil, ambas as conquistas pelo Flamengo. Assume pressionado para avançar na Copa do Brasil contra o Ituano, e para tentar dar razão a uma diretoria que banca que este elenco atual é bom e a meta é G-6 e não "fugir do Z-4". A vitória na estreia animou, mas mostrou que há muito trabalho para ser feito.

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Diferente do rival alvinegro, ao menos Dorival conta com o apoio da massiva torcida tricolor.

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