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Vini fez tudo que precisava dentro de campo para que levasse o prêmio que tanto mereceu
29/10/2024 às 14:55 atualizado em 29/10/2024 às 15:29
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Vinícius Júnior brilha, faz gols, é campeão, mas é injustiçado na Bola de Ouro | Reprodução/Instagram
A Bola de Ouro tinha dono, mas a sensação é de que ela foi retirada dele, de forma totalmente questionável e escandalosa. Vinícius Júnior foi o maior destaque, o mais decisivo, o de maior brilho na temporada.
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É preciso ter muito cuidado para falar de um tema tão sensível quanto esse, mas, é inevitável não ressaltar o preconceito que os brasileiros sofrem na Europa. Especialmente os brasileiros pretos.
Muito se disse que "Vini provoca os adversários" ou que ele "gera antipatia de muitos com suas atitudes debochadas" e que isso teria feito com que muitos jornalistas não tenham votado nele. Afinal, o prêmio é do jogador mais certinho ou do melhor dentro de campo?
Outro ponto a ser ressaltado: ao sofrer racismo em muitos jogos dentro da Espanha (e até fora), a força de Vinícius Júnior em se levantar e seguir bailando, é digna de aplaudir de pé. O que os críticos esperam dele? Que ele sofra preconceito e fique calado, abaixando a cabeça? Não. Vini nunca foi disso, e agora será ainda menos.
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O estilo provocativo de Dibu Martínez, que venceu o prêmio de melhor goleiro do mundo (e tem seus méritos, sendo muito decisivo para a Argentina, o que o consagra talvez como o maior goleiro de seleção da história), é visto como "provocação raiz e sadia do futebol". Apontar a diferença do estilo de provocações feitas por Dibu e Vini é difícil.
Na verdade, a do goleiro argentino é, muitas vezes, até mais "agressiva". Mas tem uma diferença de etnia, que não podemos afirmar que foi fator determinante para o boicote contra Vini, mas do modo que foi feito, não se pode somente descartar.
O liberiano George Weah, lenda do futebol e o único africano a ser eleito o melhor do mundo na história do futebol foi o escolhido para entregar o prêmio. O favoritismo era de Vini, o enredo era de Vini, mas o vencedor foi Rodri, volante do Manchester City, da Inglaterra.
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Talvez até por medo da represália de evitar premiarem o brasileiro preto que chegou ao topo em Madri, o prêmio foi entregue por um dos jogadores pretos de maior sucesso, mas, entregue nas mãos do vencedor errado.
Rodri é um baita jogador, dono da posição, e estaria no meu top-3 da temporada, mas como primeiro, na frente de Vini, jamais. Rodri foi, inclusive, bombardeado pelo Real Madrid, de Vinícius, e eliminado da Champions League desta forma. O brasileiro marcou em todos os mata-matas da competição.
Palmas para Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, que ao ficar ciente da injustiça que estaria por acontecer, cancelou o voo e impediu que o Real estivesse presente na cerimônia. A organização do evento passou vergonha, mas uma vergonha pequena comparada a que levou ao resultado do vencedor.
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O Brasil não vence o prêmio desde 2007, com Kaká, e agora sente uma ferida, como se algo tivesse sido tirado de alguém que fez por merecer. O futebol brasileiro precisava deste prêmio para ressurgir em meio a crises e críticas referente à seleção.
Ninguém jogou mais que Vini na temporada, e era a chance perfeita para calar todos que um dia tentaram menosprezar o craque, seja por sua cor de pele ou por seu jeito irreverente de jogar, bailar, decidir.
Quando se tinha Messi e Cristiano Ronaldo, era fácil aceitar que um ou outro levassem o troféu. Sem eles, ocorre a banalização de um prêmio. Está na hora de rever os jornalistas e externarem suas justificativas de votos, mostrar que eles realmente estão qualificados para votar.
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Vini deixa a desejar na seleção, é verdade. Mas no Real Madrid, só falta fazer chover. Campeão de tudo, chamando a responsabilidade, dribla, corre, faz gols que garantem a vitória, coloca a bola embaixo do braço e resolve sozinho. O que mais faltou ele fazer? Nada.
O jogador prometeu que irá fazer "10 vezes mais" e que ninguém irá o parar, e os brasileiros estão com ele.
E no fim, a cerimônia se livrou, e a mídia que tanto criou narrativas preconceituosas contra o brasileiro se livrou também.
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Se livrou de ver Vini subindo ao palco, sendo coroado do jeito que merecia, e fazendo um discurso acalorado para calar quem um dia o criticou. Se livrou de ouvir palavras duras do atleta referente aos recorrentes casos de racismo. Se livrou de ter que engolir a seco que quem tanto tentam vilanizar, na verdade, é o verdadeiro herói.
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