A demora da CBF em acertar com um novo comandante para a seleção brasileira masculina de futebol já começa a incomodar alguns. Já era sabido que Tite deixaria o comando do Brasil assim que a jornada no Qatar acabasse, e isso foi avisado muito antes do Mundial.

Porém, essa demora pode significar que a escolha virá com assertividade desta vez. Boa parte da mídia afirma que a CBF está pendendo a, pela primeira vez na história, contratar um treinador estrangeiro. Ancelotti, Luis Enrique, Abel Ferreira e Jorge Jesus são nomes bem cotados. E, tirando Jorge Jesus, concordo com todos.

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O fator mais importante para a escolha deve ser a filosofia de jogo, e a liberdade para trabalhar. "Carta branca" para convocar quem quiser, montar a comissão que desejar, e jogar um futebol efetivo e que potencialize os grandes nomes brasileiros, especialmente os de ataque.

Sobre os nomes

Jorge Jesus - Não. Após 2019, não ouvimos mais falar de um grande trabalho de JJ. Sua jornada pelo Flamengo foi, sem dúvidas, impecável, beirando a perfeição. Seu trabalho em Portugal antes do Mengão também é bom. Porém, está há quase quatro anos sem um trabalho que o credencie à Canarinho. O elenco da seleção não é tão semelhante ao modelo daquele mágico Flamengo de 2019.

Abel Ferreira - Sim. Se for para escolher algum treinador do futebol brasileiro, o escolhido deve ser Abel, e com muita margem para o segundo colocado. Campeão de tudo no Brasil, campeão da Libertadores duas vezes, fez do Palmeiras o melhor time do País. Vence e vence sem parar. Um dos maiores merecedores para a vaga é o Mister Abel Ferreira. Seu temperamento pode ser considerado "díficil", porém isso fica apenas para a mídia, já que internamente, todos do Verdão gostam do profissional, que é considerado até um "paizão" dos jogadores. Talvez o com menos poder ofensivo, Abel mostrou que consegue ser equilibrado. Com um elenco rico como é o da seleção, pode jogar "feio" em jogos grandes e vencer por 1 a 0, ou jogar pra frente e vencer com margem maior.

Ancelotti - Sim, atrás de Abel. Carlo Ancelotti é um dos maiores treinadores da história do futebol, muito maior que Abel Ferreira, JJ ou qualquer outro desta lista, porém tem um fator que pesa contra, em minha opinião: seria uma contratação já com prazo de validade, afinal o técnico já está próximo da aposentadoria, o que provavelmente aconteceria logo após a Copa de 2026. Conhece muito bem Vini Jr, Rodrygo, Militão, Casemiro, que têm história no Real Madrid, teria o respeito total do elenco, porém talvez precisaria de uns meses para se ambientar com o novo método de trabalho. Daria certo, provavelmente, afinal, repertório ele tem de sobras.

Luis Enrique - Sim. Me agrada bastante, especialmente pela filosofia de jogo. Casaria perfeitamente com o elenco dessa seleção, seria bonito de se assistir, e com trabalho, poderia ser também efetivo. O treinador que comandou o mágico trio "MSN" - Messi, Suárez e Neymar -, pelo Barcelona no título da Champions, esteve presente na Copa do Mundo no comando da Espanha. Após estreia com goleada, a seleção espanhola acabou passando em segunda do seu grupo e eliminada nas oitavas para a surpresa Marrocos. Diferente da Espanha que ainda está se reconstruindo, o elenco atual do Brasil já está pronto para ser favorito em todas as competições, e o "tiki-taka" de Neymar, Vini e cia poderia render grandes atuações. Ao lado de Abel Ferreira, é o nome que mais me agrada.

Outros treinadores estrangeiros

Descartando Guardiola, Mourinho, Zidane e Klopp, que não aceitariam nem abrir conversas com a seleção neste momento, Gasperini, da Atalanta, Ten Hag, do United, e até Tuchel, recém-demitido do Chelsea, são nomes que merecem também ao menos serem citados aqui, por ótimos trabalhos, e escolhas que poderiam casar muito bem.

Técnicos brasileiros

Como já foi dito nesta coluna, nenhum nome brasileiro é unanimidade, nem do mesmo nível que os citados acima. Dorival Júnior e Fernando Diniz chegaram a ser citados, mas, pouco após, seus nomes perderam força. Rogério Ceni é outro nome que está em alta no Brasil desde os tempos de Fortaleza, mas longe de ser unanimidade mesmo dentro do próprio clube que treina atualmente (São Paulo). Já Cuca perdeu prestígio após um péssimo segundo semestre de 2022 pelo Galo.

Ou seja, neste momento, nenhum treinador brasileiro parece apto para comandar a seleção com mais títulos de Copa do Mundo.