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Por que tirou o Militão? Após fazer um ciclo pré-Copa praticamente perfeito, Tite joga pra escanteio todo o aprendizado e comete erros grotescos que impedem o hexa
09/12/2022 às 16:41 atualizado em 09/12/2022 às 18:26
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O melhor Brasil desde 2002 acaba caindo nas quartas do Mundial | Lucas Figueiredo/CBF
E novamente o sonho do hexa foi adiado. Nem o melhor time brasileiro desde o penta, em 2002, foi capaz de espantar o fantasma da eliminação. E foi novamente nas Quartas, assim como em 2018, e de novo para uma seleção europeia, desta vez a Croácia.
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Por que tirou o Militão, Tite?... Por que não iniciou os pênaltis com o seu melhor batedor (Neymar) ?... Por que jogar quatro anos de um trabalho tão bem feito, inteiros pelo ralo?
Essas perguntas ecoarão pelos próximos quatro anos, até a Copa de 2026, na cabeça de muitos brasileiros.
Neymar resolveu na prorrogação, com um golaço. Bastava não tomar gol durante 15 minutos do tempo extra da segunda etapa, de uma Croácia ja muito cansada. Mas o que parecia simples, não se concretizou, muito por conta das péssimas decisões de Tite.
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O mais espantoso é que o gol croata ocorreu em um contra-ataque. O Brasil, vencendo na prorrogação de um jogo de Copa do Mundo, conseguiu a proeza de tomar um contra-ataque e levar o gol de empate.
Éder Militão era o melhor em campo. Fazia uma partida impecável, impedindo a progressão do ataque da Croácia pela direita. Danilo já estava amarelado, jogando improvisado e voltando de lesão. Parecia óbvio que a escolha certa seria deixar o Militão, e apenas trocar lateral-esquerdo por outro. Bem, pro Tite não pareceu tão óbvio assim. Militão saiu do jogo, e Danilo, após jogar 105 minutos na esquerda, foi movido para a direita para segurar resultado.
Curiosamente, o gol croata saiu exatamente nas costas do Danilo, que subiu para apoiar um ataque brasileiro. Se em 105 minutos de Militão não ocorreu um ataque do adversário, por que mexer na estrutura? Não culpo o Danilo, culpo o treinador que o colocou nessa situação.
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Fred entrou junto com Alex Sandro, no segundo tempo da prorrogação, na teoria para segurar o resultado. Foi após um ataque puxado por ele que a bola foi perdida, resultando no gol croata. Outra mexida de Tite, que mesmo que correta teoricamente, acabou influenciando no gol.
Martinelli, talvez o melhor substituto brasileiro nesta Copa, sempre entrando e acelerando o corredor, sequer entrou neste jogo. Tite optou por Rodrygo (que entrou bem, por sinal), e Pedro. O centroavante do Flamengo entrou na vaga do Richarlison, que quase não pegava na bola, mesmo se tratando de um atacante móvel. Pois Pedro, ainda mais "homem de área" que Richarlison, pegou ainda menos na bola, e pouco pôde ajudar o Brasil. Ao menos na hora das penalidades, cobrou com maestria.
Vinícius Júnior fazia um jogo um pouco discreto, mas o Tite o sacou muito cedo. Um jogador com a qualidade do Vini poderia ter feito a diferença.
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Raphinha deixa a Copa sem nenhum gol marcado. Foi titular com o Tite em todos os jogos do time completo. Foi o escolhido para ser o atacante que marcaria o lateral, e nisso foi bem. Porém, faltou presença no ataque. Ainda sim, Tite o bancou. O treinador não queria mudar o estilo de jogo, o esquema, os 11 titulares que ele achava serem os melhores.
O treinador tem o poder de comandar a equipe, decidir os detalhes mais importantes. Decidir a ordem dos batedores de pênalti está incluso nessa lista. O melhor batedor do mundo hoje é Neymar. A primeira cobrança é a mais importante, afinal define como o time largará na disputa. Tite optou para deixar Neymar para a quinta cobrança, a última da fase inicial. Porém, a disputa acabou ainda na quarta batida, após Marquinhos parar na trave. É normal o craque se encarregar da quinta e teoricamente última cobrança. Mas não faz tanto sentido quanto pensam. A cobrança mais importante para o emocional do jogador é a primeira. Rodrygo perdeu e o Brasil sentiu.
Um técnico que tem a coragem de fazer a "dança do pombo" nas Oitavas, junto de seus jogadores, deveria ter a coragem de fechar seu time após o gol na prorrogação, as alterações foram visando isso, mas a postura em campo não. O treinador tinha que jogar no "seguro" e escalar o melhor batedor para iniciar a disputa das penalidades. Tite deveria ter apoiado seus jogadores ainda em campo, após a eliminação, e não os deixar chorando enquanto se dirigia ao vestiário. Mesmo que o apoio tenha vindo mais tarde, naquela hora também era necessário.
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O Brasil de Tite foi perfeito nas eliminatórias, brilhante nos amistosos, muito bem nesta fase de grupos, e muito bem nas oitavas de final. Mas faltou algo nas Quartas. Faltou o Tite abrir mão de algumas convicções, faltou fazer mais o "óbvio" e menos enfeite.
Esse ciclo fez o brasileiro voltar a amar sua seleção, voltar a sentir como é ser a melhor seleção do mundo. Faltou "só" o título - o mais importante. Brilhante trabalho de Tite, mas faltou mais "casca" do time na "hora h". Em 2018 o Brasil não tinha a melhor seleção do mundo, e caiu para uma Bélgica que era tão boa quanto a canarinho. Em 2022, o Brasil tem o melhor time, o melhor elenco, o melhor futebol do mundo, e caiu para uma Croácia que nem de longe tem o mesmo nível técnico brasileiro. Mas eles tiveram mais "casca" - dois pênaltis seguidos no meio do gol é um bom exemplo disso.
Isso é o futebol, nem sempre o melhor time ganha, nesse caso, o melhor do mundo caiu ainda nas Quartas de final.
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