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Lionel Messi caminha para a história sendo o grande destaque do torneio e tendo a chance de encerrar seu ciclo argentino com a taça mais importante do futebol
16/12/2022 às 12:30 atualizado em 16/12/2022 às 14:11
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Lionel Messi poderá vencer a Copa e encerrar seu ciclo na seleção com | Divulgação/AFA
Ainda no ínicio do clima da Copa, foi avisado nesta coluna que a maior ameaça ao hexa brasileiro era a Argentina. Pois bem: os hermanos estão na final do mundial, na qual enfrentarão a França.
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É verdade que o time que, de fato, eliminou o Brasil nesta edição foi a Croácia. Porém, esta mesma seleção foi dominada pela Argentina na fase seguinte. Representando futebol sul-americano na tentativa de quebrar a hegemonia europeia que dura desde a Copa de 2006, a seleção argentina chega a sua segunda final nas últimas três edições, e esse motivo tem nome e sobrenome: Lionel Andrés Messi.
Também foram avisados aqui que Lionel ainda era o melhor do mundo, e quem está assistindo à Copa, novamente vê que o tempo me deu razão. Só faltou fazer chover em campo, tanto nesta edição, como em 2014 - Messi foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo no Brasil, mesmo com muitas controvérsias -, na qual acabou como vice-campeão.
Nesta Copa são:
Seis jogos;
Cinco gols;
Três assistências;
Ou seja: oito participações diretas em gols em apenas seis jogos, mais do que uma por jogo.
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Outro fator que explica a imensidão de Lionel Messi na seleção argentina é:
Desde a Copa de 1966, com todos os jogadores incluídos, Messi é o jogador com mais jogos (passará Lothar Matthaus ao entrar em campo na final e atingir sua 26ª partida), quem mais deu passes decisivos para gol, é também o jogador com mais assistências entre todos, com mais participações em gols, e o com mais dribles curtos bem sucedidos. O famoso "tá bom ou quer mais?'
Se em 2014 o prêmio foi discutível - acho que o prêmio teria que ser entregue ao alemão Bastian Schweinsteiger ou ao holandês Arjen Robben -, em 2022 não deveriam sequer ousar cogitar outro jogador para premiar como o melhor do torneio. Após derrota na estreia (que teve gol do Messi), o camisa 10 foi crucial em todos os jogos. São cinco vitórias e nos cinco triunfos o ET foi eleito o melhor em campo. Abriu o placar contra o México, criou jogadas contra a Polônia - em um jogo que nem um pênalti perdido ofuscou seu brilho -, abriu o placar nas oitavas contra a Austrália, marcou de penal nas quartas contra a Holanda e converteu sua cobrança nas penalidades após a prorrogação, e novamente foi as redes em uma penalidade máxima nas semis, contra a Croácia. Jogo esse aliás em que Messi fez uma jogada antológica, colocou o zagueiro croata Gvardiol, destaque da defesa croata, para dançar, e rolou para Álvarez só empurrar para as redes.
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É absurda, totalmente indescrítivel a diferença que Lionel Messi faz em campo. A personificação do futebol. Uma honra para todos vê-lo jogar.
Se em 14 Dí Maria foi o grande coadjuvante de luxo, em 2022 esse cara é Julián Álvarez, de apenas 22 anos, que é o vice-artilheiro da competição. Emiliano Martínez foi decisivo nos pênaltis contra a Holanda, Enzo Fernández mudou o meio-campo ao entrar, Scaloni escalou bem o time, usando estratégia diferente para cada jogo eliminatório. Parece que enfim os "deuses do futebol" resolveram permitir que Messi tenha ajuda. A história de filme, na qual um gênio se despede conquistando o maior troféu de sua vida, pode se realizar na vida real, caso Leo conquiste este mundial
Mas, do outro lado tem a seleção francesa, com Mbappé almejando a segunda Copa seguida, com Griezmann orquestrando o time e Giroud sendo decisivo dentro da área. Uma baita final. Se o Brasil é a melhor seleção do mundo, Argentina e França são a segunda e terceira. Em que ordem? Bem, a final responderá isso.
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Torcida
Muito se debateu sobre torcer ou não para alguém nesta decisão. Há quem diga que brasileiro não pode torcer para a Argentina de forma nenhuma. Outros fazem lobby por apoio ao Messi, que merece muito ter uma Copa em seu currículo. O fator Mbappé também interfere: quem o ama torcerá por ele, quem o acha arrogante se recusará a vê-lo ganhar novamente. A França pode igualar o feito do Brasil de 1958 e 1962 e levantar dois mundiais seguidos, outro ponto a se levar em consideração na hora de torcer. A eliminação para a Argentina de Caniggia em 1990 e as derrotas para a França na final de 1998 e quartas de 2006 também devem entrar neste debate.
A verdade é que, para mim, isso pouco importa. Não sou fiscal de torcida, e no futebol deve-se deixar o coração falar mais forte. Lionel Messi de fato merece muito vencer uma Copa. Mas brasileiro se recusar a torcer para sua maior rival também é totalmente válido. Uma decisão América do Sul contra Europa. Mbappé disse que os europeus eram superiores aos sul-americanos e que os resultados da Copa mostravam isso. É o contexto perfeito para ele provar que estava certo, ou para a Argentina derrubar a fala do francês por terra.
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O dia 18 de dezembro entrará para a história. Teremos uma nova tricampeã do mundo, e o favorito para vencer o prêmio de melhor jogador da FIFA e Bola de Ouro, caso de vitória francesa, Mbappé terá larga vantagem. Caso os hermanos vençam, Messi poderá abrir grande margem para levar a oitava Bola de ouro para casa, tornando assim o maior vencedor isolado do torneio - já que foi dito pelos organizadores do evento que, de forma simbólica, Pelé teria vencido esse prêmio em sete temporadas -, e mostrar que seu fim de carreira ainda pode esperar mais alguns anos.
Um fato é: depois de Pelé, Lionel Andrés Messi é o maior e melhor jogador de futebol da história.
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