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Heródoto Barbeiro

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Preendente invasão da Rússia

História moderna mostra que os conflitos em que os russos se envolveram se desenrolaram fora das fronteiras nacionais

28/08/2024 às 20:30

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A Rússia se vê isolada, sem aliados ocidentais

A Rússia se vê isolada, sem aliados ocidentais | RS/Fotos Públicas

O avanço militar surpreende o alto comando russo. Por ignorância ou arrogância não avaliam corretamente qual potencial o inimigo tem. Nem a audácia de invadir o território russo.

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A história moderna mostra que os conflitos em que os russos se envolveram se desenrolaram fora das fronteiras nacionais. 

O armamento militar e a grande extensão territorial da Rússia são fatores que os estrategistas militares inimigos sempre avaliaram corretamente. Uma coisa é atravessar a fronteira, outra é conquistar Moscou, a sede do governo. Todos se lembram do exemplo da invasão napoleônica e como o imperador da França foi derrotado. 

Além de soldados, aviões, tanques e outros aparatos militares, a Rússia conta também com o General Inverno, que se envolve na guerra, mesmo sem ser oficialmente convidado. Ele é uma “carta na manga” do poderio russo e que, pelo menos uma vez ao ano, entra no jogo para ganhar.

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Neve e frio são suas armas, seguidas pela  dificuldade de comunicação terrestre e escassez de alimentos.

Não se pode imaginar que um  país invada o território russo impunemente. A diplomacia russa sempre se destacou pela costura de tratados com outras potências europeias, o que lhe dá segurança militar. Nesses tratados, atacar um país-membro é o mesmo que atacar o conjunto dos signatários.

O exemplo mais conhecido é a adesão da Rússia à Tríplice Entente, ao lado da França e da Inglaterra, para enfrentar a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.

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Essas alianças diplomáticas e militares caracterizam a primeira década do século 20. Já, vinte anos depois, a Rússia se vê isolada, sem aliados ocidentais e à mercê de um inimigo que bate às suas portas. 

A saída é a diplomacia, concessão de vantagens ao adversário e divisão do território conquistado caso haja uma guerra. O mundo se lembra da divisão da Polônia entre nazistas e comunistas em 1939.

Tratados de não agressão são letras mortas quando os interesses geopolíticos se movimentam, e o que foi acordado ontem, não vale mais hoje. E, quando a diplomacia falha, vem a guerra.

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Mais de 3 milhões e 600 mil soldados, apoiados por tanques, aviação e abastecimento atravessam a fronteira russa e partem em busca de uma rápida vitória contra o inimigo. É uma reprodução da blitzkrieg realizada com grande êxito na tomada da Polônia.

Esta está dividida entre os nazistas de Adolf Hitler e os comunistas de Joseph Stálin. Entre eles, guardada nos arquivos alemães e russos, dorme cópia do tratado de não agressão entre as duas potências militares. 

Desde 1939, russos e alemães têm se preparado para uma guerra, haja vista que as duas doutrinas políticas são antagônicas. Uma na extrema direita, outra na extrema esquerda. Uma capitalista, outra comunista.

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Os chanceleres Ribbentrop e Molotov sabem que o que  prometeram não é para ser cumprido. É uma paz apenas para dar tempo de os nazistas derrotarem os ingleses e os russos acumularem material de guerra e transferir a indústria bélica para os confins do país. 

A resistência britânica e a necessidade de acesso a minérios estratégicos é o gatilho para a invasão-surpresa de 1941. Está aberta uma segunda frente bélica na Europa e os militares alemães temem que se repita o erro da Primeira Guerra Mundial, quando lutaram em duas frentes e foram derrotados. 

Os pontões nazistas miram a cidade de Leningrado, ou Petrogrado, antiga capital do Império Czarista, Moscou a nova capital soviética e Stalingrado, um centro industrial de material bélico.

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Seis meses depois, o Japão, aliado da Alemanha e Itália, também de surpresa, ataca Pearl Harbour e põe a maior potência industrial na Segunda Guerra Mundial.

Segundo as autoridades soviéticas, morreram 28  milhões de russos até 1945, ano do final da guerra.

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