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Heródoto Barbeiro

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'Make the channel American again'

Quanto mais intenso o intercâmbio econômico dos Estados Unidos com os países da região, mais importante se torna o controle do Canal do Panamá

30/01/2025 às 21:30

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Os Estados Unidos devem ocupar um lugar de preponderância no mundo

Os Estados Unidos devem ocupar um lugar de preponderância no mundo | Pixabay/Pexels

O presidente americano quer o Canal do Panamá. Deixa claro que a passagem do Atlântico para o Pacífico é estrategicamente importante para os Estados Unidos e, por isso, não pode abrir mão para que outra nação controle o canal.

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Está disposto a usar a força militar para garantir a gestão do canal, o que não é uma novidade, uma vez que, ao longo da história, os Estados Unidos intervieram várias vezes nos países da América Central e Caribe.

É uma área estratégica para um país que quer figurar como cabeça de ponte de um polo geopolítico. O exemplo mais visível é o envolvimento em Cuba e a garantia de uma base militar em Guantánamo.

Há outras nações interessadas em manter presença permanente na região, não só em busca de mercados para os seus produtos manufaturados, mas para compensar a presença norte-americana na região.

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Esta é cada vez mais presente, apesar da reação de alguns movimentos nacionalistas locais e hostilidade por parte da população.

A mídia norte-americana dá amplo destaque aos discursos e planos do presidente republicano. Ele tem forte personalidade e defende abertamente a supremacia americana.

Os Estados Unidos devem ocupar um lugar de preponderância no mundo, e isso estimula o nacionalismo e reacende o chamado “destino manifesto”, ou seja, a liderança e controle do continente americano. Exemplo disso é a expansão em direção ao oeste e o sonho de anexar o Canadá.

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As nações latinas não têm força para impedir a expansão do imperialismo americano e não têm outra opção senão aderir às políticas regionais que são geradas em Washington.

Não há praticamente grande reação à preponderância americana, e as elites latinas negociam tratados comerciais favoráveis às empresas americanas que implantam suas filiais na região.

Quanto mais intenso o intercâmbio econômico dos Estados Unidos com os países da região, mais importante se torna o controle do Canal do Panamá.

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O presidente americano tem o apoio do Partido Republicano. Este defende os interesses dos capitalistas americanos, que nunca deixaram de lado a Doutrina  Monroe – a América para os Americanos.

Para tanto, o canal é um fator estratégico, visto que com uma única frota naval pode-se transitar tanto no Atlântico como no Pacífico.

A proposta do almirante Mahan desenha a supremacia americana com o domínio dos mares e a fixação de bases de apoio. A “cereja do bolo” é o canal do Panamá.

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O presidente Theodore Roosevelt negocia com a Colômbia a permissão para a construção do canal, um projeto que não foi à frente pela empresa francesa de Ferdinand Lesseps, o mesmo que construiu o canal de Suez.

Os colombianos fazem exigências consideradas exageradas e as negociações falham. Um grupo da elite panamenha se rebela, proclama a independência e acena com a autorização da abertura do canal para os Estados Unidos.

O governo da Colômbia bate de frente com Roosevelt, que envia um navio de guerra em apoio aos panamenhos.

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Toda a marinha americana faz exercícios na região e o Panamá se torna um país independente – e não mais uma região da Colômbia.

Em troca, assinam o tratado que concede o domínio do canal aos Estados Unidos pelo prazo de 99 anos. Vitória dos republicanos.

Depois de dez anos de árduos trabalhos e milhares de mortes de trabalhadores, em 1913 o presidente democrata Woodrow Wilson aperta o botão que destrói a última barragem que libera as águas do canal. E afoga centenas de trabalhadores presos em um dique em construção.

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