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Heródoto Barbeiro

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Líder russo quer holofote

É um encontro político, com uma agenda previamente preparada pela Rússia, e os convidados poderão, no máximo, fazer algumas pequenas mudanças

28/10/2024 às 22:30

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Não há escapatória: é concordar com as imposições do Kremlin, ou arcar com as represálias, que podem ser, inclusive, militares

Não há escapatória: é concordar com as imposições do Kremlin, ou arcar com as represálias, que podem ser, inclusive, militares | Pixabay/Pexels

A Rússia quer consolidar sua hegemonia. Para isso, junta os países que se dispõem a enfrentar a hegemonia dos Estados Unidos, a sede do capitalismo mundial. 

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A reunião organizada pelo Kremlin é minuciosa, com todos os detalhes diplomáticos disponíveis para que a imprensa ocidental não faça uma cobertura com pouco jornalismo e muita crítica sobre essa ação de Moscou. 

Os aliados devem ajudar ao máximo a divulgação do encontro, por meio de sua máquina de propaganda – a todo vapor! – e buscar arestas na liderança americana, atribuindo a ela as dificuldades econômicas e financeiras que os convidados enfrentam no dia a dia. 

É um encontro político, com uma agenda previamente preparada pela Rússia, e os convidados poderão, no máximo, fazer algumas pequenas mudanças. Correções jamais.             

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Os dirigentes dos países convidados para a cúpula rezam pela cartilha de Moscou. Buscam soluções para seus problemas internos e veem na Rússia um gigante, com grandes reservas de minerais, entre eles petróleo, fertilizantes e carvão. 

As negociações podem ser feitas em rublos e não mais em dólar. A moeda americana é escassa nesses países, impera o câmbio negro, o tráfico financeiro e as flutuações que emergem de Nova York.

Qualquer declaração que o mercado entenda que seja uma ameaça aos seus lucros, faz o dólar despencar ou sumir do mercado com o preço lá em cima. 

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Há falta de dólar no cofre dos países aglutinados na Rússia, por isso um mercado que aceita as moedas locais pode facilitar o fluxo comercial, ainda que ele seja muito frágil em função da crise vivida pela Europa nos últimos dez anos. 

Não há escapatória: é concordar com as imposições do Kremlin, ou arcar com as represálias, que podem ser, inclusive, militares.

Os países ocidentais acusam os participantes da cúpula na Rússia de ditaduras. A democracia liberal está nos seus estertores, dizem os arautos do fim do capitalismo, como está no livro assinado por Vladimir Lênin, o líder da revolução comunista.

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A reunião tem como foco impedir a progressão do Plano Marshall da Europa Ocidental, destruída pela guerra, para os países que ficaram atrás da Cortina de Ferro, como os chamava Churchill.

O ditador russo, Josef Stálin, está no auge do seu poder absolutista e é o centro do culto da personalidade. Em 1949, lidera a fundação do Comecon – Conselho de Assistência Econômica Mútua. É um absolutista que faz contínuos expurgos no Partido Comunista da União Soviética de acusados de conspirar contra a revolução proletária vitoriosa em 1917.

O pacto dá mais projeção a Stálin, e seus crimes – com mortes de milhares de pessoas – são abafados pelos partidos comunistas ocidentais. Estes avaliam que isso é necessário para acabar com o sistema burguês e permitir que os povos universalmente possam viver o socialismo, etapa inicial para a implantação do comunismo e da ditadura do proletariado.

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Se o Comecon vai ou não atender às necessidades da Europa Oriental, destruída pela guerra provocada pelos nazistas, só o tempo vai dizer. Previsões há muitas. E conflitantes.

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