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Heródoto Barbeiro

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Façam as suas apostas!!!

O jogo faz parte da cultura da humanidade desde tempos imemoriais; Jogar é arriscar-se a ganhar ou perder

11/10/2024 às 23:00

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O jogo, assim como as drogas, cria dependência psicológica e física

O jogo, assim como as drogas, cria dependência psicológica e física | Javon Swaby/Pexels

A polêmica da legalidade dos chamados jogos de azar está de volta. Envolve até mesmo a primeira-dama do Brasil. Toda vez que um projeto de liberação dos jogos chega ao Congresso Nacional, há fortes reações contrárias de determinados setores da sociedade, entre eles a Igreja.

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Há os que querem a tutela do Estado sobre pessoas que não conseguem se controlar e arriscam tudo o que possuem na ânsia de ficarem ricas do dia para a noite. 

O jogo, assim como as drogas, cria dependência psicológica e física. É uma adicção como outra qualquer e, por isso, o Estado precisa estar presente e impedir a contaminação de toda a sociedade pelo jogo de azar. 

Deputados e senadores debatem se o poder público deve interferir na decisão íntima dos cidadãos, ainda que seja por uma causa considerada nobre.

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O jogo faz parte da cultura da humanidade desde tempos imemoriais. Jogar é arriscar-se a ganhar ou perder. Contudo, tem jogos que dependem da habilidade do jogador, como, por exemplo, o xadrez. Mas há muitos outros que dependem da possibilidade e do acaso para ser vencedor. Estes são rotulados como jogos de azar. 

Com o desenvolvimento da sociedade capitalista de massa, os cassinos passam a ser uma atividade econômica lucrativa, e que usa da publicidade e do marketing para aguçar a ânsia do jogador a ter muito dinheiro para gastar, para o consumo dos produtos que a industrialização mostra todos os dias nos mais diversos meios de comunicação. 

O sonho contemporâneo se materializa no ter, possuir, usufruir, experimentar… O sonho do ser é substituído pelo consumismo exagerado de produtos e todas as formas de prazer. Inclusive as ilegais, como os jogos nas roletas dos sofisticados e caros cassinos com requintados restaurantes e hospedagem de primeira linha.

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O Presidente da República tem posição dúbia sobre assinar ou não um decreto que acabe de vez com cassinos e outros locais de jogos.

Os jornalistas que cobrem o palácio presidencial dizem que ele sofre pressão contínua da primeira-dama, uma mulher conservadora e com alguma influência na capital do Brasil. É uma santinha, dizem admiradores e detratores da primeira-dama, constantemente fotografada em eventos públicos ao lado de autoridades, até mesmo do ditador.

Getúlio Vargas liberou os cassinos em 1934 e eles funcionaram até quando foi derrubado por um golpe de estado em 1945. Nas eleições do ano seguinte, o seu ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra, é eleito com a volta da democracia.

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Dona Santinha, ou Carmela Dutra, conservadora e carola, pressiona o marido para que ponha um ponto final na jogatina. Afinal, os cassinos do Rio de Janeiro são antros de perdição, prostituição, shows, bebedeiras e destruição de famílias da elite local. 

Quem quiser que se arrisque a pegar um voo para Las Vegas ou Monte Carlo. Logo no primeiro ano de mandato, Dutra proíbe os jogos de azar. 

O jogo do bicho continua na clandestinidade. E as loterias continuam livres, leves e soltas, ainda que consideradas por 10 entre nove especialistas como um jogo de azar.

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