São Paulo, como sempre protagonista, vive momentos peculiares nas eleições. Após anos sob a gestão pálida de Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição. O atual prefeito leva um safanão com a chegada de seus concorrentes. Primeiro, Guilherme Boulos (PSOL), seu opositor natural. Em seguida, as pesadas e inteligentes críticas de Tabata Amaral (PSB) que traz a jovialidade e capacidade interlocução, mas com pouca aproximação popular.

Datena chegou, mas sem reflexos significativos, e o por último o coach, Pablo Marçal (PRTB), que se tornou a grande novidade do pleito deste ano. Com discurso radical que agrada parcela significativa da população. É uma pessoa não política que utiliza táticas de coach, PNL (programação neurolinguística), entre outras, não usuais pelos políticos tradicionais.

Desconhece como gerir municípios e seus problemas rotineiros. Anda de helicóptero pela cidade e com certeza não sabe a importância das creches municipais e comunitárias. É midiático, e isso vem caindo no gosto do eleitor cansado do “mais do mesmo”, ou seja, daqueles discursos em gerúndio “estamos preparando, planejando”. Já os usados pelo coach são “eu faço, eu sei”.

Influencer digital, recebe apoio sem igual das redes sociais. Literalmente, apresenta um novo modo de conduzir o discurso político, que soa bem aos ouvidos do eleitor mediano do século XXI. As últimas pesquisas indicam o empate técnico entre Nunes, Boulos e Marçal. E já atrai os olhares da direita nacional para 2026.

Segundo alguns, até há o arrependimento de Jair Bolsonaro (PL) em apoiar Nunes. O candidato do pequeno PRTB esconde fácil que seu partido possui ex dirigentes próximos ao crime organizado PCC (Primeiro Comando da Capital). O eleitor com visão turva vê em Marçal a possibilidade de mudança.

Do rinoceronte Cacareco à Marçal, São Paulo mudou muito, menos a visão opaca ou sem qualquer alento do eleitor na política municipal e nacional. Rir é melhor que chorar, talvez esse seja o lema desta eleição paulistana.