O alinhamento ideológico dos presidentes americanos tem impacto significativo na política brasileira. O presidente democrata Jimmy Carter criticava ocasionalmente as ditaduras na América Latina e citava preocupações com os direitos humanos para justificar sua visão de falta de democracia no Brasil, mas, na verdade, a fonte de desassossego era o acordo nuclear com Alemanha, pois estrategistas americanos não aceitavam a possibilidade de uma nação “secundária” da Guerra Fria desenvolver armas nucleares. Hoje, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil depois da China. Já os vínculos da direita brasileira com os republicanos voltaram a se estreitar, com a vinda de Jair Bolsonaro (PL) ao poder. O recente atentado contra Donald Trump (Republicanos) o posiciona como possível vencedor das próximas eleições, fortalecendo a similaridade da facada que atingiu Bolsonaro. A denominada “camisa de sangue” promove grande clamor popular e dificultará a reeleição do Partido Democrata, fortalecendo a direita americana e de maneira sequencial a brasileira. Na verdade, Joe Biden não obteve o sucesso esperado, a economia ainda não decolou e a inflação (novidade para eles) não está controlada totalmente. O bolsonarismo se alinha à narrativa de Trump, que promove teorias nacionalistas em oposição ao globalismo, mas no contexto "América strong again", base das eleições de Trump, talvez o Brasil não estaria no mesmo lado, pois em uma política protecionista estadunidense, os produtos brasileiros poderiam receber a devida taxação, pois hoje, são competitivos em terra do Tio Sam, e isso não favorece o agronegócio nem a indústria nacional (deles). A política de Trump poderá onerar alguns dos nossos produtos e inviabilizar nossas exportações. Ideologias à parte, uma abordagem diplomática prudente é, dada a importância dos Estados Unidos como parceiro comercial.