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Esse movimento pendular mostra um país dividido, não somente em suas ideologias, mas nas suas prioridades
04/11/2022 às 11:44 atualizado em 04/11/2022 às 11:58
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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito o novo presidente do Brasil | Ricardo Stuckert
Em 2018, o brasileiro estava em uma grande corrida contra a corrupção. O lavajatismo comandava o jogo jurídico e Sergio Moro era o herói nacional. Jair Bolsonaro chegava como o “Capitão” que iria salvaro Brasil da corrupção. Da mesma forma como no mito do “sebastianismo” português, o povo brasileiro estava por eleger seu salvador.
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Após 4 anos, o eleitorado mudou a nau de rumo, e nos últimos minutos do segundo tempo e por uma diferença de poucos milhões de votos, Luiz Inácio Lula da Silva(PT) volta ao poder. Em seu terceiro mandato, torna-se o mais eleito presidente da república da história recente, e o PT alcança pela quinta vez a cadeira do planalto.
O voto como um pêndulo, ora para a direita ora para a esquerda foi o que mais chamou atenção, pois em dado momento a corrupção saiu da pauta e a fome e a carestia sobrepuseram a família tradicional e outras bases do bolsonarismo. Esse movimento pendular mostra um país dividido, não somente em suas ideologias, mas nas suas prioridades.
Há sim um grupo, embora pequeno, que enaltece a figura do Capitão como o único que poderia resolver os problemas do país, mas perdeu votos diante do “fogo amigo” com Roberto Jeferson e Carla Zambeli. O presidente eleito deve buscar um novo pacto social de união da nação.
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Lembrando que há uma atmosfera diversa de 2003, pois, naquele momento, China estava com PIB de dois dígitos e as commodities e o agronegócio vendendo no seu limite de produção. O atual cenário não é dos melhores para o “velho” presidente que terá forte oposição da direita, somado ao discurso recorrente que as eleições não foram legitimas.
Em clima de Copa do Mundo, estamos diante de um Brasil que chuta da ponta direita para a ponta esquerda, esquecendo de chutar para o gol. Sem projeto de Estado, continuamos no zero a zero.
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