Embora seja alvo de críticas pela oposição, o presidente Lula (PT) tem realizado agenda intensa no exterior. Em sua última viagem, trouxe certo alívio para a demanda crescente por recursos destinados a conter, ou ao menos minimizar, os desastres ambientais no País. Na Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, COP 28, discursou, com elevado tom, para que os países ricos auxiliem nessa questão, acresceu que o Brasil está pronto para receber a COP 30 e que haja uma conduta internacional para uma produção industrial e de exploração de riquezas naturais, de forma consciente. 

Aproveitou a passagem pelo Oriente Médio, a COP 28 está sendo realizada no Egito, para conversar com o emir do Catar para a liberação do único refém brasileiro com o grupo terrorista Hamas. E ainda recebeu convite para que o Brasil possa figurar como associado na Organização dos Países Exportadores de Petróleo-Opep, que é uma representação de vários países exportadores de petróleo, um clube que controla preços e produção. O convite foi feito pela Arábia Saudita, mas não foi recebido com louros pelos diplomatas e técnicos na área. Lula faz propaganda do Brasil pelo mundo – isso vem da escola de Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor no primeiro mandato. 

Em terras “brasilis” a nau navega em sentido contrário. O Congresso aprovou subsídio para o uso de carvão mineral, combustível usado na primeira revolução industrial, século XIX, ou seja, ultrapassado. O próprio executivo aumentou alíquotas para importação de carros elétricos. O desmatamento na Amazônia legal segue em larga escala – e agora a região tem outro problema, o domínio do crime organizado, com o Comando Vermelho e o PCC. 

Lula corre o mundo mostrando que o Brasil “voltou”, isso é bom, mas os problemas internos estão cada vez mais complexos e de difícil solução. Está na hora de olhar o seu quintal.