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O antagonismo: horas de trabalho e de lazer não se resolve apenas com a redução da jornada, mas requer um equilíbrio entre mercado, empresas, produção e qualidade de vida
14/11/2024 às 21:30
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Nos países do bloco dos BRICS, a média de horas trabalhadas é de 40 horas | Davi Pinheiro/Divulgação
Parece um placar de futebol, mas esses números, são tema de debates no Congresso Nacional. Trata-se de um projeto de emenda à Constituição que busca reduzir a jornada de trabalho de 44 para 32 horas semanais.
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Com essa mudança, a jornada de 6 dias por semana passaria para, no máximo, 4 dias , somado a um limite de 4 horas extras por semana. A proposta já recebeu apoio de partidos de esquerda e de alguns do centrão.
Esse tema, de tempos em tempos, volta ao centro dos debates políticos, e alguns acreditam que, desta vez, poderá prosperar.
No entanto, na relação de trabalho não há apenas o interesse do empregado; há também o do empregador.
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Para uma indústria de médio ou grande porte, que em períodos de alta demanda precisa mobilizar sua equipe intensamente, a norma atual permite até 10 horas extras semanais, o que a possibilitaria atender os pedidos e entregar resultados.
Com o novo modelo, essa flexibilidade seria limitada a 4 horas, exigindo, em muitos casos, a contratação de pessoal. Esse aumento na folha de pagamento representa um ônus financeiro que elevaria os custos e, por consequência, o preço final dos produtos.
O que poderá redundar em queda no poder de compra das famílias. Nesse contexto, o próprio trabalhador poderá ser o grande prejudicado.
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O antagonismo: horas de trabalho e de lazer não se resolve apenas com a redução da jornada, mas requer um equilíbrio entre mercado, empresas, produção e qualidade de vida. É um tema complexo, que merece debates aprofundados.
Nos países do bloco dos BRICS, a média de horas trabalhadas é de 40 horas, enquanto na Alemanha e Austrália a jornada é próxima a 32 horas.
A diferença, entretanto, não está apenas na carga horária, mas na qualidade de vida e nos indicadores de desenvolvimento, que são incomparáveis.
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O trabalhador merece equilíbrio entre lazer e trabalho, mas na escala de prioridades, talvez, emprego com salários justos somado a estabilidade, vem à frente.
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