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É o retorno da imposição do mais forte ao mais fraco
14/10/2022 às 11:27 atualizado em 14/10/2022 às 11:39
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Urna eletrônica | Abdias Pinheiro/SECOM/TSE
Na República Velha, idos no início do século XX, temos uma configuração nacional bem diversa do panorama atual, poucos estados detinham grande poder e com essa força política conduziam a formação do congresso nacional e o nome de quem ocuparia a cadeira presidencial no Palácio do Catete. O Brasil era um país eminentemente agrícola, com paulistas e mineiros dominando a política.
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Dessa forma os grandes fazendeiros gozavam de grande força, e eram denominados “coronéis”, não por patente militar, mas muitas vezes por uso e costumes e alguns realmente detinham esse título em virtude de serem integrantes da antiga Guarda Nacional. Assunto complexo que deixaremos para outro artigo.
O importante é saber que havia a condução de seus empregados em votar de acordo com os desejos do “coronel”, ou seja, de acordo com sua orientação política. O voto impresso, por vezes, eram preenchido pelo patrões, com o seu candidato e aliado, e somente colocados na urna eleitoral pelos empregados. Era um momento em que a vontade popular era ditada pela imposição dos mais poderosos economicamente. E lógico, com o temor de se perder o emprego e com o analfabetismo chegando à casa de 70% da população, o resultado não seria outro, senão o cumprimento da ordem do fazendeiro.
No início do século XXI, renasceu o voto de cabresto no país, primeiro com o bolsa família extremamente favorável e indicativo para o governo que o implantou, depois o auxílio brasil, e, agora os grandes empregadores exigindo que seus empregados votem em determinado candidato. É o retorno da falácia que há mais de 100 anos estava enterrada ou ao menos sombreada. O assédio político talvez seja a pior história que poderemos contar dessas eleições. É o retorno da imposição do mais forte ao mais fraco. Infelizmente os “coronéis” voltaram.
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