Uma reunião do prefeito Ricardo Nunes (MDB) com lideranças do Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) na tarde desta terça-feira criou um clima constrangedor entre o vereador Dr. Milton Ferreira (Podemos) e o presidente municipal do Podemos na Capital, Gabriel Abreu. O encontro foi promovido para acertar a renovação do decreto que dá aos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem o direito de não serem multados pelo rodízio municipal de veículos na cidade.

No início havia apenas a presença de Gabriel (que é marido da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu), sem o vereador da sigla, que havia sido o responsável por articular durante a pandemia o direito à isenção do rodízio aos profissionais da categoria. O fato incomodou Nunes, que convidou Dr. Milton em cima da hora. Quando o parlamentar chegou, a reunião então teve início.

Dr. Milton esteve à frente do debate sobre a isenção para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem na Capital, que passou a valer na cidade como decreto em 2022 e é prorrogada anualmente desde então. Já Gabriel não tem qualquer cargo eletivo ou na gestão municipal. Uma fonte disse que a situação deu a entender que Gabriel queria conquistar mais destaque do que Milton sobre o tema no partido.

À Gazeta, Dr. Milton minimizou a situação desconfortável com o colega de legenda, mas confirmou que houve um constrangimento inicial entre ambos. Segundo o parlamentar, a situação foi contornada pelo prefeito.

“Me senti um pouco excluído, estranhei um pouco [não ter sido convidado inicialmente para a reunião com o Coren-SP], porque fui o pioneiro a trazer o primeiro decreto após a pandemia para termos o rodízio para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Mas o prefeito me chamou, conversamos e ficou tudo certo”, disse ele.

Ainda segundo o vereador, as lideranças do Coren-SP respeitaram seu histórico sobre os decretos de isenção do rodízio para a classe – que, aliás, foi prorrogado até o fim de 2024.

“Tenho trabalhado para que no futuro se torne um projeto de lei”, adiantou Dr. Milton.

A reportagem entrou em contato com Gabriel Abreu, e vai atualizar este texto caso receba resposta.