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Bruno Hoffmann

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Márcio França diz que Lula 'não faz nada à toa' ao comentar pedido de voto a Boulos

'Quando ele faz está pensando em alguma coisa, e só vamos descobrir lá na frente', disse França sobre pedido explícito de votos de Lula a Boulos, o que é vetado pela justiça eleitoral

01/05/2024 às 21:16  atualizado em 01/05/2024 às 22:53

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Márcio França, ao lado de Geraldo Alckmin, durante lançamento da equipe de trabalho de Tabata Amaral em São Paulo

Márcio França, ao lado de Geraldo Alckmin, durante lançamento da equipe de trabalho de Tabata Amaral em São Paulo | Bruno Hoffmann

O ministro das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França (PSB), disse na noite desta quarta-feira que o presidente Lula (PT) “tem uma baita experiência” e que “não faz nada à toa”. A afirmação foi feita após ser questionado por esta coluna em relação ao pedido público de votos do presidente ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pela manhã, à Prefeitura de São Paulo. A justiça eleitoral veta pedidos de votos durante a pré-campanha.

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“O presidente Lula é um homem de 78 anos, com uma baita experiência, e ele não faz nada à toa. Quando ele faz está pensando em alguma coisa, e só vamos descobrir lá na frente”, disse França, no evento de lançamento do grupo de trabalho da pré-candidatura da deputada federal Tabata Amaral à prefeitura da Capital paulista.

“Quando ela fala publicamente desse jeito ele tem algum objetivo. Não consegui compreender porque eu não estava lá, não vi qual era o contexto”, afirmou ainda.

O ministro também rechaçou a possibilidade da pré-campanha de Tabata buscar a justiça eleitoral contra Boulos – como fez Ricardo Nunes (MDB), Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil), todos pré-candidatos na Capital. “Não faremos isso”, afirmou.

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Ele também comentou sobre o fato de estar apoiando pré-candidatos diferentes na Capital. “Estamos juntos na maioria das cidades do estado de São Paulo, mas em algumas estamos separados, porque temos pré-candidatura competitiva. Isso é normal”, completou ele.

O que aconteceu

No ato de 1º de Maio, na manhã desta quarta-feira, Lula pediu votos para Boulos, seu aliado na cidade de São Paulo. O evento ocorreu na Neo Química Arena, na zona leste de São Paulo.

“Eu quero dizer para vocês: ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou o Lula em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, dizem votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, disse o presidente.

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Por isso, o diretório municipal do MDB de São Paulo anunciou que vai buscar a justiça eleitoral e o Ministério Público. Pedidos de votos são vetados durante a pré-campanha.

Segundo o advogado do MDB-SP, Ricardo Vita Porto,  a legenda inicialmente vai promover as medidas jurídicas cabíveis em busca de multas para ambos. De forma paralela, vai pedir ao Ministério Público a abertura de para a apuração dos valores gastos com o evento, incluindo os públicos, além do uso da estrutura sindical com o objetivo de se promover candidatura.

“Verificada a ocorrência de abuso do poder econômico e de autoridade, deverá ser ajuizada investigação judicial eleitoral, que poderá resultar na decretação de inelegibilidade a Lula e a cassação da candidatura de Boulos”, disse o advogado que representa o partido do prefeito Ricardo Nunes.

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Kim e Marina Helena também buscam a justiça

Além de Nunes, o deputado federal Kim Kataguiri afirmou que vai processar Boulos e Lula por propaganda eleitoral antecipada.

A economista Marina Helena disse que também vai entrar com uma ação imediata por propaganda antecipada e que vai fazer uma representação ao Ministério Público por abuso de poder político.

Já Tabata Amaral afirmou que ainda ia se reunir com a equipe jurídica da sua pré-campanha para decidir qual atitude tomar.

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Boulos se defende

O coordenador da pré-campanha de Boulos, Josué Rocha, disse que Nunes “tenta criar uma cortina de fumaça para despistar o uso de eventos oficiais da prefeitura, realizados com dinheiro público, para a promoção de sua candidatura à reeleição”.

“Ele é quem deve explicações à sociedade", completou.

Rocha se refere a uma reportagem do portal Metrópoles que revelou que servidores públicos municipais da área da saúde foram convocados pelo WhatsApp por uma supervisora de Perus, na zona norte da capital paulista, para comparecerem, “sem uniforme e sem crachá”, em um evento de Nunes que ocorreu na região em 12 de abril.

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Em sua defesa, a prefeitura informou que “não realiza esse tipo de pedido aos servidores”.

Lula e Geraldo não comentam

A assessoria do presidente Lula foi contatada pela coluna para comentar o assunto, mas não respondeu a mensagem até a publicação deste texto.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também foi questionado pela coluna sobre o tema, no evento de Tabata, mas ele apenas sorriu e não respondeu aos questionamentos.

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