• Código: 1928328
  • Data do Conteúdo: 14/02/2022
  • Inclusão no Site: 14/02/2022 19:11:00
  • Serviço/Categoria: Serviço Noticioso / Exterior, SNG Online / Exterior
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EUA-VISTOS

Entrevista para visto americano pode demorar até 10 meses em SP após reabertura

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com a retirada das restrições da Covid-19 em boa parte dos Estados Unidos em meio a um alívio no número de novos casos da doença, a procura por vistos para visitar o país fez disparar o tempo de espera para agendar uma entrevista.
Nos cinco postos disponíveis no Brasil, o consulado americano em São Paulo é onde se demora mais para agendar uma entrevista para solicitar um visto de turismo ou negócios: 294 dias corridos, ou quase dez meses.
Em outras capitais a espera também é longa: leva-se 248 dias para marcar uma entrevista em Brasília, 232 dias no Recife, 227 dias em Porto Alegre e 183 dias no Rio de Janeiro, segundo dados do governo americano.
Entre os fatores que explicam a demora estão a demanda concentrada por vistos, já que entre março de 2020 e novembro de 2021 os americanos não abriram agendamentos para o público geral, e os impactos da pandemia inclusive em número de funcionários.
A demora vem em meio ao aumento da própria concessão de vistos. Após mais de um ano e meio com zero visto emitido para negócios e turismo, em dezembro, último dado divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA, o país autorizou mais de 45 mil pessoas a entrar em território americano como não-imigrantes, retornando a patamares similares ao período pré-pandêmico.
Segundo a representação diplomática americana no Brasil, o tempo de espera para um agendamento varia constantemente, sujeito a uma série de variáveis como demanda, capacidade de atendimento dos postos, tipo de visto e novas vagas que são abertas regularmente. O prazo para entrevista para vistos para estudantes e intercâmbio, por exemplo, pode demorar apenas um dia em São Paulo.
Por isso, a orientação do governo americano é que mesmo pessoas que só conseguiram agendar suas entrevistas para daqui a meses continuem acessando o sistema da embaixada para tentar remarcar as entrevistas para datas mais próximas, sem cobrança extra. As datas disponíveis podem ser checadas no site https://br.usembassy.gov/pt/visas-pt/vistos-de-nao-imigrantes/. Já a estimativa de tempo de espera por consulado pode ser conferida no site https://travel.state.gov/content/travel/en/us-visas/visa-information-resources/wait-times.html.
"De qualquer forma, sugerimos que as pessoas planejem suas viagens com antecedência", diz, em nota, o Consulado Geral dos EUA em São Paulo
Brasileiros que já têm o visto americano podem, desde o último dia 7, ter a entrada nos Estados Unidos acelerada, sem passar por agentes de imigração, se fizerem parte do programa Global Entry, ao qual viajantes podem se candidatar desde o começo deste mês.
Pelo programa, viajantes pré-aprovados e considerados confiáveis pelas autoridades americanas passam a ter a liberação agilizada no controle de passaportes, no momento da chegada aos EUA. Em aeroportos previamente selecionados, os inscritos não passam pelos oficiais de imigração nem enfrentam filas, sendo deslocados diretamente para um quiosque automático ligado à iniciativa.
Para fazer parte do programa, voltado para viagens frequentes, é preciso fazer uma solicitação no site https://ttp.dhs.gov/, e o postulante precisará se submeter a uma verificação de antecedentes e entrevista presencial. O valor da taxa é de US$ 100 (R$ 521) e a adesão é válida por cinco anos.
Já para quem quiser de fato emigrar para os Estados Unidos, o governo americano anunciou que há vagas de sobra para vistos de trabalho para profissionais com habilidades extraordinárias (visto na categoria EB 1) ou acima da média (EB 2) em várias áreas, como ciência, arte, educação, negócios e esportes.
Quem é aprovado nesses processos recebe um green card, como é chamada a permissão para morar e trabalhar nos EUA por dez anos. O documento pode ser renovado e abre caminho para pleitear a cidadania americana.
A maior disponibilidade de vistos é consequência da pandemia: a cada ano, os EUA determinam uma cota de aprovações. Se o total não for usado, a sobra fica para o ano seguinte. Como a pandemia dificultou a realização de entrevistas e análises, houve menos aprovações nos últimos dois anos.
Com isso, deverão ser ofertados cerca de 280 mil green cards por motivos de trabalho, o dobro da média de anos anteriores, segundo um relatório divulgado pelo Departamento de Estado.