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Cotidiano

Mortalidade por Covid é 60% maior entre homens negros na cidade de SP, diz estudo

Na comparação com homens brancos, negros morreram 30% a mais, segundo o levantamento

10/02/2022 às 15:22

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Vacinação contra Covid-19 em São Paulo

Vacinação contra Covid-19 em São Paulo | Alexandre Henrique/PMETRP

As populações negra e de baixa renda da cidade de São Paulo foram as mais impactadas pela mortalidade da Covid-19 desde o início da pandemia, segundo um estudo feito pelo Instituto Pólis. O levantamento analisou registros de março de 2020 a janeiro de 2022. 

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De acordo com o instituto, a taxa de mortalidade por Covid-19 entre homens negros foi 60% maior do que a média da capital paulista. Na comparação com homens brancos, negros morreram 30% a mais. E, no mesmo período, mulheres negras foram 40% mais afetadas pela doença do que as brancas. 

De acordo com os pesquisadores, os dados indicam desigualdades no acesso à saúde, na possibilidade de isolamento e em outras variáveis de vulnerabilidade socioeconômica -uma vez que o vírus não faz distinção de raça ou cor da pele. 

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Ao analisar as taxas de mortalidade a partir de óbitos por Covid-19 ocorridos entre março de 2020 e novembro de 2021, o Pólis ainda identificou índices elevados em regiões mais pobres da cidade de São Paulo -como foi o caso de bairros na zona leste, a exemplo do Parque do Carmo. 

"Quanto maior o poder aquisitivo, menores as taxas de mortalidade pela pandemia", diz o estudo. "A concentração da população negra em áreas de menores rendimentos médios corrobora a leitura de que este grupo está mais suscetível aos efeitos da pandemia", segue. 

Já a população negra que mora em regiões da capital com maior renda média foi menos impactada do que a fatia que reside em áreas mais vulneráveis, conclui o instituto. 

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O Pólis também identificou um aumento de 638% nos óbitos ocorridos na capital paulista em janeiro de 2022, quando comparado a dezembro do ano passado. Ao todo, foram registradas 864 mortes em decorrência da doença no primeiro mês do ano -um número sete vezes maior que os 117 óbitos do último mês de 2021. 

"O aumento expressivo é consequência da circulação da variante ômicron (mais infecciosa), mas também de um relaxamento geral da população e das autoridades, que deixaram de implementar medidas necessárias ao controle epidemiológico, como vigilância ativa, testagem, busca ativa de contatos", diz o documento. 

O estudo alerta para o fato de que a Covid-19 não está sob controle, enquanto o contágio pelo vírus tem atingido índices sem precedentes desde o início da pandemia. 

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"O que isso tudo nos mostra é negligência do Estado e que medidas urgentes de prevenção e combate ao coronavírus devem ser retomadas por parte do poder público", afirma a coordenadora-geral do Instituto Pólis, Danielle Klintowitz. 

"Não é como na primeira onda, quando não conhecíamos o comportamento do vírus. Estamos um passo à frente dessa vez, sabemos como controlar", segue. 

O médico sanitarista Jorge Kayano, um dos pesquisadores que assinam o estudo, destaca que apenas o avanço da vacinação na capital não é suficiente para determinar o fim da pandemia. "A retomada de atividades presenciais precisa ser revista, especialmente daquelas não essenciais e que geram aglomerações", afirma. 

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Os pesquisadores lembram que o acesso limitado a testes de Covid-19 pela população impede que todos os casos sejam devidamente registrados, o que pode levar a subnotificação. 

O balanço, que utilizou dados da Secretaria Municipal de Saúde, também traz informações sobre a ocupação das vítimas da Covid-19 na capital paulista. Como já havia sido identificado anteriormente, aposentados e donas de casa são os grupos mais atingidos pela doença em números de óbitos. Nos dois casos, 90% das vítimas eram pessoas idosas. 

Trabalhadores do setor de transporte, como taxistas e motoristas de aplicativos e de ônibus, do setor da construção civil e trabalhadoras domésticas também foram altamente impactados, já que se expuseram mais em atividades presenciais.

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