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Cotidiano

Sistema de câmeras da PM de São Paulo vai emitir alerta de disparo e enviar reforço

A Polícia Militar estreia nesta segunda-feira (31), um conjunto de novas câmeras corporais para os policiais em situações de confronto

31/01/2022 às 11:31  atualizado em 31/01/2022 às 12:18

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Policia Militar de São Paulo

Policia Militar de São Paulo | Diogo Moreira/A2 FOTOGRAFIA

O soldado Felipe Jorge Pini Bubinick, 32, foi morto por criminosos na madrugada de 17 de abril de 2020 quando perseguia um suspeito em uma viela do Jardim Colombo, na região de Paraisópolis, zona sul da capital paulista. O policial estava sozinho quando foi baleado e, até hoje, os assassinos não foram identificados.

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Nesta segunda-feira (31), a Polícia Militar de São Paulo estreia um conjunto de novas câmeras corporais e uma tecnologia que permitirá o envio de reforços a policiais em situações de confronto, mesmo que os soldados envolvidos na ocorrência não consigam fazê-lo por algum motivo, como ocorreu com Bubinick.

Isso porque as câmeras da corporação possuem um sistema que permite o reconhecimento do barulho de disparos de armas de fogo, que, a partir de agora, passará a acionar o Copom (centro de operações da PM) alertando sobre a possibilidade de haver equipe em situação de emergência.

Além disso, os cerca de 2.500 novos equipamentos incorporados nesta segunda-feira ao programa Olho Vivo, também conhecido como sistema "grava-tudo", também têm tecnologia que permite a transmissão ao vivo das imagens das câmeras acopladas na farda do policial ou da policial.

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Assim, se o PM estiver em situação de confronto, o equipamento avisa o centro de operações e o operador passa a acompanhar a ocorrência pela câmera, podendo assim ajudar melhor no envio de reforços.

O equipamento também passa a gravar em alta definição e com som, para melhorar a prova a ser utilizada em eventual investigação.

"O pessoal do Copom, ao visualizar o alerta, aciona a COP [câmera corporal] do PM, o georreferenciamento [localização], já avisa às outras viaturas que aquela equipe está em situação de disparo de arma de fogo, e encaminha o reforço para o local", disse o porta-voz da PM, o major Rodrigo Cabral.

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Ainda de acordo com o oficial, essa tecnologia dará ao comando uma melhor "consciência situacional" da ocorrência, ao permitir que o operador se coloque na cena do crime e observe detalhes que o PM envolvido no confronto não consegue.

"Eu vejo que o PM está efetuando disparos contra um suspeito de moto. Também vejo que o cara da moto está de camiseta vermelha, coisas que o policial militar, muitas vezes, pelo nervoso do momento, não consegue informar. Ele não consegue informar a rua em que está, não consegue passar as características, porque está numa situação de vida ou morte. Visão em túnel."

Ainda de acordo com a PM, em caso de atendimento de ocorrência de violência doméstica, o Copom pode perceber um incêndio em andamento e, assim, ele mesmo acionar uma equipe do Corpo de Bombeiros e enviar para o local.

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O sistema de câmeras em São Paulo vem sendo implantado desde 2016, mas ganhou corpo em junho do ano passado, quando 15 batalhões foram integrados ao programa e, também, com a nova tecnologia "grava-tudo".

Por esse sistema, o PM não precisa acionar o botar de gravação para que as imagens fiquem armazenadas no equipamento.

Parte das unidades escolhidas para serem incorporadas ao programa tinha um alto índice de letalidade, como os Baeps e a Rota (tropa de elite da PM paulista), que acumulava 386 mortes durante intervenções, desde 2016. 

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Conforme números do comando da corporação, nesses 18 batalhões houve redução de 85% da letalidade policial nos últimos sete meses do ano passado, em comparação ao mesmo período de 2020. As mortes foram de 110 para 17.

Já no batalhão da Rota, a redução foi de 89%. Em números absolutos, os PMs da Rota mataram nos últimos sete meses de 2020 um total de 35 pessoas. Já no mesmo período do ano passado, com as câmeras acopladas ao uniforme, foram quatro mortes decorrentes de intervenção policial registradas no batalhão.

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Em relação aos números de letalidade no restante do estado, ainda de acordo com dados oficiais, os PMs mataram durante o serviço, no ano passado, um total de 423 pessoas em supostos confrontos.

Isso significa uma redução de 36% em comparação ao total de 659 mortes registradas em 2020 no estado de São Paulo, a menor taxa de letalidade da PM paulista desde 2013 (com 334 óbitos).

Com as 2.500 câmeras adicionadas ao programa nesta segunda, serão 33 os batalhões equipados no estado de São Paulo. Até agosto, serão mais 4.500 câmeras incorporadas. Com isso, até o fim deste ano, 10 mil equipamentos devem estar em uso.

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