Memória: conheça a história da Rua Santa Ifigênia

Conhecida pelo comércio de itens eletrônicos, a história da Rua Santa Ifigênia tem início em 1810, quando a via foi aberta pelo Marechal Arouche de Toledo Rendom. No início, assim como as ruas do entorno, ela recebeu as casas de personalidades e da elite paulistana. Porém, com o tempo, sua vocação comercial tornou-se predominante.

No começo do século passado, além de abrigar as melhores lojas de tecidos, peles e chapéus femininos da cidade de São Paulo, e ser frequentada pela elite paulistana, a Rua Santa Ifigênia também era considerada um importante polo cultural. Isso porque, em 1915, ela recebeu a sala de Cinema Brasil.

Alguns anos depois, um significativo número de teatros se instalou na região, bem como algumas distribuidoras de filmes, a exemplo da Agência Central Cinematográfica e da Universal Films. O motivo das distribuidoras gostarem da região era a proximidade com a estação ferroviária, que fazia com que os filmes chegassem mais rápido.

A decadência dos “Barões do Café”, contudo, fez com que a região deixasse de ser frequentada pela elite e, aos poucos, a partir da década de 1930, o comércio popular passou a dominar a região, com as lojas de elétricos e eletrônicos chegando à via, por volta dos anos 1940.

Palacete Helvetia
A busca por celulares e videogames, entre outros itens de informática, é o que mais atrai visitantes para a Rua Santa Ifigênia. Entretanto, ela possui outros pontos turísticos, como o Palacete Helvetia.

Localizado na esquina das ruas Santa Ifigênia e Aurora, o edifício foi inaugurado em 1923, época em que a Santa Ifigênia também era conhecida por ser uma central do setor de hospitalidade, também por influência da proximidade com a estação ferroviária e, mais tarde, na década de 1960, também por estar perto da rodoviária.

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Com projeto do industrial e cônsul suíço Achilles Isella, desde sua inauguração, o edifício abrigou um hotel, chamado Luanda, nos andares superiores, enquanto os andares mais baixos eram destinados ao comércio.

Em 1986, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) para evitar que fosse derrubado pela administração Jânio Quadros, que pretendia revitalizar a região, demolindo prédios antigos e construindo novos.

Atualmente, o palacete abriga lojas de comércio eletrônico.

Igreja Santa Ifigênia
Responsável por dar nome à Rua Santa Ifigênia, a igreja, popularmente conhecida como Santa Ifigênia, foi construída entre 1904 e 1913 no lugar de uma das mais antigas capelas de São Paulo, a Capela de Nossa Senhora da Conceição, cuja construção se deu antes de 1720.

Em 1809, a antiga capela foi transformada em Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e Santa Ifigênia, por meio de um decreto do príncipe regente Dom João VI. Com isso, ela passou a atrair muitos fiéis, incluindo negros alforriados, o que fez com que fosse demolida no início do século 20 para dar lugar à construção atual.

A nova igreja, contudo, foi construída com um estilo arquitetônico diferente da anterior. Projetada pelo arquiteto austríaco Johan Loren Madein, a nova construção priorizou o estilo neorromânico com detalhes neogóticos.

Em 1958, a igreja foi elevada ao grau de basílica e recebeu o nome de Basílica do Santíssimo Sacramento.