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Cotidiano

3ª dose da vacina gera dúvidas em paulistanos e funcionários das UBSs

No primeiro dia com o novo esquema de vacinação para maiores de 18 anos, pessoas nos postos de vacinação ainda careciam de informações precisas

19/11/2021 às 15:49

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Vacinação contra o coronavírus

Vacinação contra o coronavírus | DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SP

Com o início da aplicação da dose de reforço na cidade de São Paulo nesta quinta-feira (18), para maiores de 18 anos e que já receberam a segunda dose de vacina antiCovid, paulistanos e profissionais de saúde ainda têm dúvidas sobre o novo esquema vacinal.

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A reportagem esteve em três UBSs (Unidades Básicas de Saúde) em regiões diferentes da cidade para acompanhar nesta manhã de vacinação e constatou que tanto a população quanto os funcionários das unidades ainda têm dúvidas sobre quem pode ou não receber a dose adicional. 

Na UBS Dona Mariquinha Sciacia, no Tremembé, zona norte de São Paulo, o movimento estava tranquilo na área reservada para aplicação de doses da Covid-19 por volta das 9h45 da manhã. Apenas sete pessoas formavam uma pequena fila que andava rápido. Nem todos ali presentes estavam aguardando para tomar a terceira dose. Segundo as funcionárias da UBS, nos últimos dias o movimento tem sido constante, mas não se formam mais longas filas como as do início da vacinação. 

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A advogada aposentada Palmira Loureiro, 66 anos, chegou à unidade sem ter certeza se conseguiria tomar o reforço nesta quinta. Após consultar o instrutivo da Secretaria Municipal de Saúde, a enfermeira deu a ela a notícia que tanto esperava: sim, ela já podia tomar a terceira dose da vacina contra Covid-19. 

A partir desta quinta (18), pessoas com mais de 60 anos que tenham tomado a última dose do esquema vacinal há pelo menos cinco meses já podem comparecer aos postos de vacinação para receber a dose adicional. 

Palmira Loureiro conta que completaria seis meses da sua segunda dose na semana que vem, mas que ficou feliz com o adiantamento. "Vim logo que fiquei sabendo porque qualquer adiantamento já bom. Estava muito ansiosa para tomar a terceira dose." 

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Ela afirma cumpriu a quarentena rigorosamente e que agora que está começando a sair um pouco mais de casa. "Eu não saia para nada, só ficava em casa. Agora eu até saio, mas só quando é realmente necessário."
Logo após Palmira, o casal de aposentados Regina e Luís Celeste, de 62 e 66 anos, entrou na sala de vacinação. Animados, os dois aproveitaram para tirar fotos recebendo a terceira dose. "Vou mandar para a família", afirmou Regina. 

Ela conta que os dois também fazem parte do grupo que teve a dose adicional adiantada e que estavam muito felizes por poderem viver esse momento. 

Emocionada, Regina diz que ela e o marido reuniram alguns familiares em casa no dia 2 de novembro pela primeira vez após quase dois anos. "Foi o nosso primeiro encontro. Até então só nos víamos em porta de prédio, à distância. Foi muito emocionante", afirma a aposentada. 

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Na UBS Dona Mariquinha Sciacia, ainda estava o aposentado Carlos Afonso Feitosa, de 63 anos. Ele comemora a aplicação da dose adicional e comenta que acompanha os estudos que são feitos para que seja determinado de quanto em quanto tempo a população terá que tomar um reforço da vacina. 

"Minha esposa tem comorbidade. Ela tem artrite reumatoide grau elevado, então tomamos tudo direitinho. Até perguntei aqui para as meninas se ela já poderia vir tomar a terceira dose também, mas ainda não está na data dela", afirma o aposentado. 

Na UBS Mooca 1, na zona leste da capital, o movimento era parecido com o da zona norte. Na parte reservada para a aplicação das doses contra a Covid-19, aproximadamente, 15 pessoas aguardavam para tomar a vacina. Muitas pessoas chegaram ao local com dúvida sobre o calendário. Em um dos casos, um homem chegou a ser informado de que não poderia tomar a vacina e depois teve a informação corrigida por outra funcionária que veio ajudar a solucionar a situação. 

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Entre as pessoas que estavam no local para tomar a terceira dose, estava Maria Ivonete Castro, de 48 anos, trabalhadora da área da saúde. "Gostaria que todos pudessem receber logo a dose extra. Tenho alguns familiares que já tiveram a Covid-19 e têm muito medo de ter a doença novamente. Eles estão loucos para uma nova dose e eu estou muito feliz em receber a minha", afirma Maria. 

Para os funcionários do local, a chuva desta quinta-feira espantou os interessados em tomar a vacina. Mas, segundo eles, os últimos dias foram de bastante procura pelos imunizantes. 

No centro de São Paulo, a UBS Santa Cecília também registrava pouca fila para tomar as doses da vacina por volta das 13h. 

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A professora Roseli da Silva Rodrigues, de 51 anos, não precisou esperar muito tempo para conseguir receber sua terceira dose. "Estou aliviada porque sigo trabalhando, me expondo, então sempre há um risco maior, né?". A professora chegou a trabalhar um período em casa, mas que logo retomou as aulas presenciais. 

Uma mulher de 57 anos, que não quis se identificar, deixou a UBS demonstrando desapontamento. Segundo o que explicou à reportagem, ela recebeu a segunda dose da vacina pela xepa no começo do mês de abril, mas, ainda que se enquadrasse no grupo que teve sua dose liberada a partir desta quinta, foi negado a ela a aplicação do imunizante. 

As três UBSs visitadas pela reportagem nesta quinta (18) estavam aplicando o imunizante da Pfizer aos interessados em tomar a terceira dose. 

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Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, na sexta-feira (19), um novo grupo poderá começar a receber a dose de reforço. Estarão aptos aqueles que tomaram a segunda dose até o dia 17 de junho. 

A prefeitura de São Paulo aponta que, aproximadamente, 800 mil pessoas devem ser atendidas nesses grupos liberados entre esta quinta (18) e a sexta (19). 

A capital ainda segue a aplicação de primeira e segunda doses para os maiores de 18 anos e para os adolescentes de 12 a 17 anos. 

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Questionada sobre o cenário encontrado pela reportagem com dúvidas frequentes entre população e funcionários das UBSs sobre o calendário de vacinação, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, afirmou que "o novo instrutivo, autorizando a aplicação da dose adicional para os maiores de 18 anos que tomaram a D2 há cinco meses, começou a valer nesta quinta-feira (18) e que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município foram notificadas". 

A SMS ainda afirmou que "as UBS citadas pela reportagem serão reorientadas quanto ao procedimento correto".

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