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Cotidiano
Números do boletim do Vacinômetro mostram que grande parte do grupo com idade entre 12 e 17 anos está longe de atingir a imunização completa
09/11/2021 às 16:29
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Apenas 17,7% deste público recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid | Alexandre Henrique/PMETRP
De acordo com números divulgados nesta segunda-feira (8) no boletim do Vacinômetro, somente 17,7% dos adolescentes paulistanos receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Os números mostram que este público avança de forma mais lenta relação à população em geral no processo de imunização.
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Adolescentes de 12 a 17 anos podem receber apenas doses do imunizante da Pfizer conta a Covid-19, que inicialmente tinha a aplicação da segunda dose após 12 semanas. Porém, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou no dia 24 de setembro a redução desse intervalo para oito semanas, ou seja, 56 dias.
Assim, com a alteração, adolescentes de 15 a 17 anos que tiveram a aplicação da primeira dose liberada a partir do dia 30 de agosto, já podem tomar a segunda dose desde 26 de outubro. Para os pré-adolescentes de 12 a 14 anos, que tiveram a dose inicial liberada em 6 de setembro, o reforço já pode ser aplicado desde 1º de novembro.
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No entanto, o boletim do Vacinômetro desta segunda-feira (8) mostra índices abaixo dos 30% para todas essas idades. Dentre os adolescentes de 17 anos, apenas 28,2% já tomaram a segunda dose. Os de 16 anos, apenas 26,4% e os de 15, 20,5%.
Para as últimas três faixas etárias que possuem atualmente a permissão para imunização contra a Covid-19, 14,13 e 12 anos, o boletim aponta, respectivamente, 11,5%, 10,6%, 8%.
Para Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, infectologista da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP e presidente do departamento de infectologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a população não está consciente de que o intervalo entre as duas doses foi reduzido.
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"Acredito que muitos adolescentes e seus pais não sabem que o prazo diminuiu de 12 para 8 semanas. Eles possuem apenas aquela informação que foi dada no momento da aplicação da primeira dose de que o retorno deveria ocorrer dali 12 semanas", afirma Sáfadi.
O médico diz que a comunicação do poder público com a população deve ser reforçada para que esses jovens compareçam para receber a segunda dose do imunizante, que é de extrema importância.
"A segunda dose, sem dúvida, é importante para a efetividade da vacinação porque ainda não temos dados para os adolescentes sobre qual é a proteção oferecida se eles receberem apenas uma dose", afirma Sáfadi.
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Segundo ele, os estudos feitos, até o momento, em adultos apontam uma queda mais rápida na proteção de quem toma apenas uma dose. "Então, em princípio, é muito plausível acreditar que, se adolescentes não tomarem a segunda dose, ocorrerá fenômeno parecido com o que ocorre com os adultos", afirma o infectologista.
Sáfadi destaca também que a proteção se torna ainda mais importante nesse momento de retorno de 100% dos alunos às aulas presenciais. "Neste momento de aumento de contato com outras pessoas, é essencial que tenhamos os adolescentes protegidos na sua plenitude".
A combinação do baixo índice de adolescentes com o esquema vacinal completo e o retorno às aulas presenciais preocupa familiares.
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Daniela Medeiros, de 36 anos, levou a filha Yasmin, de 12 anos, nesta segunda-feira (8) à Unidade Básica de Saúde (UBS) Humaitá, no centro de São Paulo, para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
"Era para ela tomar a segunda dose só no dia 30, mas, assim que eu soube que tinha antecipado, corri e trouxe ela. Estamos aliviados agora", afirma Daniela.
A mãe conta que estava ansiosa para que a filha recebesse logo o reforço e que tem conversado com amigos e familiares para que levem seus filhos aos postos. "A gente conversa com os amigos, com os parentes incentivando. As amiguinhas delas já foram, os primos também. Ela mesmo já falou que queria tomar até a terceira dose se pudesse", diz.
Daniela revela que há um mês e meio ela, Yasmin e a filha mais nova, de 2 anos, tiveram Covid-19. "Eu peguei e elas acabaram pegando também, mas, como eu já tinha tomado as duas doses e ela já tinha tomado uma, foi leve. Ficamos bem".
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Daniela afirma que Yasmin voltou às aulas presenciais na escola apenas nesta segunda (8). "Decidi esperar ela tomar a segunda dose para voltar", afirma.
Assim, como Daniela, a aposentada Helena Maria Ferreira, de 67 anos, foi junto com o filho Carlos levar a neta Ana Beatriz, de 12 anos, para receber a segunda dose da vacina.
Helena tomou a iniciativa assim que viu nos noticiários a informação que o intervalo tinha sido reduzido. Ela diz que todas na família já receberam as duas doses. "Temos muitos adolescentes na família. Tem de 13,16, 17 e todos já tomaram a outra dose direitinho", afirma a aposentada.
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Para ela, o baixo índice de adolescentes vacinados com a segunda dose gera preocupação. "Eles agora estão indo para a escola né? A gente fica preocupada com essas crianças que não tomaram a vacina direito porque essa doença não tem jeito, tem que vacinar", afirma Helena.
Para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19, os adolescentes devem comparecer aos postos de vacinação acompanhados pelos responsáveis. Além disso, é necessário levar um documento de identificação e comprovante de vacinação.
OUTRO LADO
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Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informa que, até esta segunda-feira (8), 1.024.774 doses foram aplicadas em crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos, sendo, 875.550 como primeira dose e 149.224 como 2ª dose.
É válido destacar que, até 23 de setembro, o intervalo para 2ª dose da Pfizer era de 84 dias (12 semanas) e, nesta data, 784.840 doses (93%) já haviam sido aplicadas nos adolescentes. Todos eles receberam em seu comprovante o intervalo de 12 semanas para 2ª dose, entretanto, no dia 24 de setembro, este prazo foi reduzido para 56 dias (8 semanas).
É válido ressaltar que, desde a antecipação do intervalo, os adolescentes que tomaram a primeira dose da vacina da Pfizer há mais de 56 dias podem procurar os mais de 600 postos de vacinação para receber a segunda dose. A Pasta ressalta que estes não são considerados faltosos, pois eles tiveram a oportunidade de receber a segunda dose de maneira antecipada.
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