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Cotidiano

Ginásio do Ibirapuera: Iphan tomba complexo e impõe derrota a Doria

Decisão é considerada uma derrota para o governador João Doria, que já havia revelado a intenção de repassar o espaço para a iniciativa privada

Bruno Hoffmann

04/11/2021 às 13:14

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Ginasio do Ibirapuera

Ginasio do Ibirapuera | /gabriel cabral/folhapress

O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão ligado ao Ministério do Turismo de preservação do patrimônio, publicou nesta quinta-feira no Diário Oficial da União o tombamento provisório do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, do qual faz parte o Ginásio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

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A decisão é considerada uma derrota para o governador João Doria (PSDB), que já havia revelado a intenção de repassar o espaço para a iniciativa privada. Com as regras rígidas de preservação do Iphan, ligada ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o local passaria a ser menos interessante do ponto de vista comercial. O Estado tem 15 dias para pedir impugnação do tombamento.

A intenção de concessão e modernização do complexo enfrenta resistência de frequentadores e da comunidade esportiva. De acordo com o blog Olhar Olímpico, do "UOL", as principais federações estaduais defendem a preservação do estádio e da piscina.

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Ainda segundo o blog, arquitetos e urbanistas das principais universidades paulistas já vinham defendendo que o tombamento do Ibirapuera era o caminho natural para um equipamento tão simbólico para a Capital e que se tornou referência para outros equipamentos do tipo no restante do País. Além disso, preservá-lo seria também preservar o trabalho artístico do arquiteto e atleta olímpico Ícaro de Castro Mello, que dá nome ao estádio que faz parte do complexo.

Mas, mexendo na composição do órgão estadual de preservação do patrimônio histórico, o Condephaat, Doria conseguiu que o tombamento fosse rejeitado. Com isso, o tucano conseguiu que, em novembro do ano passado, o Condephaat arquivasse o processo de tombamento. Com a derrota em São Paulo, o ex-judoca Aurélio Miguel levou o pleito para o Iphan. 

A intenção da gestão Doria seria conceder o espaço para a iniciativa privada por 35 anos. O estudo referencial, que embasa o edital de privatização, indica a transformação do ginásio do Ibirapuera em um shopping center. No local do complexo aquático seria erguida uma torre comercial. E, no lugar do estádio de atletismo, seria construída uma arena para 20 mil pessoas.

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Em dezembro do ano passado, o governo Doria negou que haveria um shopping no local.

“Complexo do Ibirapuera NÃO será substituído por um shopping. A concessão, que tem como prioridade atividades esportivas e culturais, exige uma arena multiuso para 20 mil pessoas no local. O objetivo é modernizar os equipamentos e atividades esportivas do espaço e, assim, gerar renda e empregos na capital paulista”, informou o governo paulista. A Gazeta manteve a grafia original, com o “NÃO” em letras maiúsculas.

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