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Cotidiano
Prefeitura começou a implantar uma ciclofaixa na rua Luís Góis no início deste ano, porém parou a obra pouco depois
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Rua Luís Góis, na zona sul de São Paulo | /Reprodução/Google Street View
Um grupo de ciclistas reclama que a Prefeitura de São Paulo começou a implantar uma ciclofaixa na rua Luís Góis, na Vila Mariana (zona sul da capital paulista), no início deste ano, porém parou a obra pouco depois.
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No local, há placas indicando a circulação de bicicletas e proibindo carros, e faixas amarelas separadoras no chão. Contudo, ainda não existe uma faixa lateral vermelha no espaço de circulação e nem tachões.
O local consta no atual Mapa de Infraestrutura Cicloviária da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) como inaugurado em 2 de fevereiro passado e com cerca de 2 km de extensão.
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Segundo ciclistas, a via não é respeitada pelos motoristas, que param seus veículos no local para desembarque e até mesmo para estacionar.
"A estrutura incompleta encoraja muita gente a estacionar sobre a ciclovia e isso obriga a gente a desviar pelo meio dos carros, o que é muito perigoso", diz Estevão Laurito, 46 anos, ciclista que mora na região.
Os ciclistas chegaram a pintar alertas para "sinalizar o local" e frases de protestos no chão, como "ciclovia sim" e "menos carro, mais bike".
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A ciclofaixa da rua Luís Góis, sugerida por moradores e ciclistas em 2015, foi discutida em três reuniões na prefeitura entre 2015-2018, acabou aprovada em uma audiência pública em março de 2018, passou por um workshop na Secretaria de Mobilidade e por outra audiência específica do Plano Cicloviário, no primeiro semestre de 2019, para finalmente ser sinalizada em janeiro de 2021.
A implantação da sinalização pela gestão municipal, porém, foi interrompida pouco tempo depois, mas a prefeitura colocou o local oficialmente como pronto e o inaugurou em fevereiro deste ano, faltando apenas um trecho de duas quadras entre a rua Primeiro de Janeiro e a rua Domingos de Morais.
O assunto foi retomado apenas em abril deste ano em uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo, convocada pelo vereador Aurélio Nomura (PSDB).
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O parlamentar afirma que foi chamado por moradores e comerciantes locais, que pediram a retirada da via para ciclistas, alegando prejuízos a seus estabelecimentos, pois ela teria acabado com a possibilidade de estacionamento na via e prejudicado o acesso de clientes e fornecedores.
Contudo, desde então, segundo os ciclistas, nenhuma decisão foi tomada a respeito e a obra ficou pela metade. "É desrespeitoso", afirma Thomas Wang, 26 anos, integrante do coletivo Bike Zona Sul.
Para os ciclistas, a ciclofaixa neste local é importante pela rua Luís Góis ser uma ligação com outras ciclovias e regiões da cidade de São Paulo, e por se tratar da rua local com melhores condições topográficas para o trânsito de bicicletas.
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O vereador Nomura diz que propôs uma solução para o caso. "Você vê pouca gente passando por aquela ciclovia, quase ninguém. Por isso, se propôs que ela fosse remanejada para a rua 11 de Junho, que dava continuidade na rua Padre Machado. A alternativa seria viável e resolveria o problema dos comerciantes e moradores", afirma o parlamentar.
"Outra alternativa seria usar a rua Guapiaçu, que já conta com uma ciclovia. Ela precisa ser repintada e reparada, mas você economizaria toda a condição", ressalta o vereador, que diz que não acompanha mais o caso atualmente.
Segundo Estevão Laurito, a ciclofaixa na rua Luís Góis é pouco usada por falta de segurança e o término de sua implantação seria essencial.
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"Por enquanto essa ciclovia ainda não faz totalmente parte do hábito dos ciclistas, porque representa uma segurança 'pela metade'. Ela poderia atrair milhares de ciclistas por dia e ainda ajudaria a fomentar o comércio local", afirma o ciclista.
Outro lado
Em nota, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirma que está avaliando os apontamentos sugeridos para verificar a melhor forma de viabilizar a continuidade do projeto.
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"É importante enfatizar que a prefeitura mantém o diálogo aberto com a sociedade para que todos sejam ouvidos e beneficiados", diz a companhia da gestão Ricardo Nunes (MDB) em nota.
Regras
Segundo a própria CET, "desde 30 de junho de 2008 a cor vermelha é indicada em todas as ciclovias implantadas nas vias públicas do território nacional", segundo determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito),
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De acordo com o manual da companhia de trânsito, há dois padrões a serem seguidos:
- No primeiro, "a delimitação do espaço cicloviário é caracterizada pela pintura vermelha de toda a largura útil destinada à circulação de ciclos, acompanhando sempre as marcas longitudinais"
- No segundo, "a delimitação do espaço cicloviário é caracterizada por uma linha interna vermelha acompanhando as marcas longitudinais"
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Diferenças
Ciclovia
- Pista de uso exclusivo de bicicletas e outros ciclos, com segregação física do tráfego comum
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Ciclofaixa
- Parte da pista de rolamento, calçada ou canteiro destinada à circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica
- Calçada Compartilhada
Espaço sobre a calçada ou canteiro central, destinado ao uso simultâneo de pedestres, cadeirantes e ciclistas montados, com prioridade do pedestre, desde que devidamente sinalizado
- Esta situação é regulamentada pelo Art. 59 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e só ocorre quando o volume de pedestres é pequeno e a calçada não tem largura suficiente para acomodar uma ciclovia ou uma ciclofaixa Ciclorrota ou rota de bicicleta
Via com velocidade máxima reduzida, características de volume de tráfego baixo e com sinalização específica, indicando o compartilhamento do espaço viário entre veículos motorizados e bicicletas, criando condições favoráveis para sua circulação, interligando ciclovias, ciclofaixas e pontos de interesse Ciclofaixa operacional de lazer
Faixa de tráfego situada junto ao canteiro central, ou à esquerda da via, totalmente segregada do tráfego lindeiro por elementos de canalização como cones, supercones ou cavaletes, dotada de sinalização vertical e horizontal regulamentando o seu uso, com funcionamento aos domingos e feriados nacionais, das 7h às 16h
Fonte: CET
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