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Cotidiano
Uma associação entregou nesta quinta, 300 cestas básicas à famílias carentes, mas já chegou a distribuir 500 em um só dia; Prefeitura diminuiu doações, segundo eles
08/10/2021 às 15:37
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Distribuição de cestas básicas em SP (Arquivo) | Divulgação PMT
O preço da alimentação na cidade de São Paulo subiu, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e diante deste cenário, uma ação social foi organizada para distribuir cestas básicas, máscaras e álcool em gel para moradores da região da Brasilândia, na zona norte da capital paulista, nesta quinta-feira (7).
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Esta foi a 18ª ação realizada pela Associação de Moradores da Brasilândia/Cachoeirinha na região, que conta normalmente com doações realizadas pela prefeitura, comerciantes do bairro, empresários e voluntários.
"Já tínhamos um trabalho social consolidado na região, mas implantamos essas ações de distribuição por causa da pandemia. Além da doação de alimentos, contamos com a presença de funcionários de UBSs da região para orientação da população, recolhemos currículos e depois os colocamos em uma planilha que é compartilhada com diversas empresas. Já conseguimos arranjar emprego para, pelo menos, 20 moradores", conta Henrique Deloste, 55 anos, líder comunitário e responsável pela ação.
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Na edição desta quinta, foram entregues 300 cestas básicas e 200 máscaras, mas segundo Deloste, o grupo já chegou a realizar edições em que foram doadas 500 cestas em apenas um dia.
Ele explica que, por causa da situação econômica do país, as doações de amigos, voluntários e empreendedores da região têm caído e que, para piorar a situação, a prefeitura não tem contribuído com o envio de cestas nos últimos meses.
Elas eram doadas pela prefeitura e chegavam à associação através do Instituto Ninho Social. Mila Thomaz, 31 anos, é voluntária do instituto e explica que o grupo que eles fazem parte parou de receber as doações da prefeitura após a chegada de Ricardo Nunes (MDB) ao posto de prefeito.
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"Nós fazemos parte de um grupo de instituições que se propuseram a fazer esse meio de campo de receber as cestas das mãos da prefeitura e distribuir para as regiões mais necessitadas da cidade. Só que, depois que o Ricardo Nunes assumiu, nós não recebemos mais nada", afirma Mila.
Segundo os dados fornecidos por ela, a prefeitura colaborou em apenas dois momentos com doações para a região. A primeira foi em junho de 2020, enviando 1.750 cestas básicas para serem distribuídas. A segunda foi em abril deste ano, com 1.250 cestas.
O líder comunitário se queixa também da falta de apoio do Fundo Social São Paulo, órgão do governo do estado que possui como objetivo instituir programas sociais destinados a atender pessoas em situação de vulnerabilidade social.
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"Há três meses enviamos um ofício pedindo ajuda, doações de cestas, para o Fundo Social, mas até agora não tive nenhuma resposta", diz Henrique.
Deloste aponta que as doações são fundamentais para a população carente neste momento. "A situação está muito difícil, os alimentos são muito caros, tem muita gente desempregada. Muitas dessas pessoas jamais teriam condições de comprar essa comida se não recebessem a doação".
O discurso do líder comunitário é corroborado pela moradora Adelita Barbosa de Almeida, 34 anos. Ela conta que está desempregada e que mora com a filha pequena e dois irmãos que também estão em situação econômica difícil. "Desde o final do ano passado ficou tudo mais difícil. Aí, eu me cadastrei nessa ação e eles ajudaram muito, não só a mim, mas todos aqui. E nem é só na questão de comida. Ajuda o pessoal a arrumar emprego também. Eu acho isso muito bonito", diz Adelita.
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Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Paulo afirmou que "desenvolveu o programa Cidade Solidária para garantir a segurança alimentar da população no período de emergência da pandemia e que com ele já distribuiu 5.162.011 cestas básicas e mais de 1,3 milhão de kits de higiene às famílias em situação de vulnerabilidade em todo o território".
A gestão de Ricardo Nunes (MDB) ainda completou afirmando que "na região da Brasilândia, na zona norte da cidade, o número de cestas entregues em 2021 foi de 30.814. O Cidade Solidária segue realizando entregas de cestas básicas às entidades cadastradas buscando o amplo atendimento na cidade de São Paulo, sobretudo, em regiões de alta vulnerabilidade".
O Fundo Social São Paulo também foi procurado, mas não respondeu nossos questionamentos até a publicação desta reportagem.
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