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Cotidiano

Na Paulista, Bolsonaro chama Moraes de canalha e intimida quem o investiga

Moraes foi o responsável por decisões recentes contra bolsonaristas que ameaçam as instituições. O ministro tem agido a partir de pedidos da PGR (Procuradoria-Geral da República)

07/09/2021 às 17:18

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Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, momentos antes de ir à cidade de São Paulo, no último 7 de setembro

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, momentos antes de ir à cidade de São Paulo, no último 7 de setembro | Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em discurso diante de milhares de apoiadores nesta terça-feira (7) na avenida Paulista, o presidente Jair Bolsonaro repetiu as ameaças golpistas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), exortou desobediência às decisões do ministro Alexandre de Moraes e desafiou quem o investiga. "Digo aos canalhas que nunca serie preso."

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"Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou."

"Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade."

"Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir. Tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro."

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Assim como tem dito em discursos no interior do país, Bolsonaro disse que só deixa morto o Palácio do Planalto.

O presidente chamou Moraes de "canalha" e voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro, em ataque direto ao presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Bolsonaro pediu de novo a implantação do sistema do voto impresso na disputa de 2022, apesar de esse projeto já ter sido derrubado pelo Congresso.

"Não é uma pessoa que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável porque não é", afirmou. "Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada ainda pelo presidente do TSE."

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A atual crise institucional, patrocinada por Bolsonaro, teve início quando o presidente disse que as eleições de 2022 somente seriam realizadas com a implementação do sistema do voto impresso.

Os atos desta terça-feira foram dominados por discursos golpistas do presidente e por faixas, cartazes e gritos autoritários e antidemocráticos de apoiadores. O STF foi o principal alvo, em especial os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, esse último presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Moraes foi o responsável por decisões recentes contra bolsonaristas que ameaçam as instituições. O ministro tem agido a partir de pedidos da PGR (Procuradoria-Geral da República), sob o comando de Augusto Aras, indicado por Bolsonaro, e da Polícia Federal, órgão subordinado ao presidente.

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