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Cotidiano

Nova secretária municipal de Cultura toma posse em São Paulo

Aline Torres toma posse no lugar de Alê Youssef e exalta que secretaria passa a ser comandada por uma 'mulher negra de Pirituba'

Bruno Hoffmann

30/08/2021 às 16:03

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Aline Torres (MDB)  é a nova secretária municipal de Cultura de São Paulo após Alê Youssef pedir demissão do cargo

Aline Torres (MDB) é a nova secretária municipal de Cultura de São Paulo após Alê Youssef pedir demissão do cargo | /Reprodução/Instagram

A nova secretária municipal de Cultura de São Paulo, Aline Torres (MDB), tomou posse do cargo nesta segunda-feira. Ela substitui Alê Youssef, que pediu demissão na última quarta-feira (25) por diferenças ideológicas e orçamentárias com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

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Durante a posse, Aline Torres se comprometeu em garantir uma gestão mais representativa, inclusiva, diversa e próxima das pessoas, e falou do desafio de reerguer o setor cultural após a crise econômica e social provocada pela pandemia da Covid-19.

“Se o passado de Mário de Andrade nos traz inspiração, o dia de hoje é muito importante para que no futuro se saiba que um prefeito, com coragem, transformou seu compromisso com um ato concreto, reconhecendo nesta mulher negra, do bairro de Pirituba, a capacidade de, ao seu lado, conduzir, fomentar e apoiar toda a imensa e rica produção cultural da nossa terra”, afirmou Aline.

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“Tenho o compromisso de lutar para que a cada dia seja menos difícil para quem ainda está onde eu saí. Não posso e não sou única, somos muitos capacitados. É nosso dever construir conjuntamente esta nova era”, completou a secretária.

O prefeito Ricardo Nunes falou sobre a responsabilidade que Aline terá no comando da pasta para desenvolver a cultura paulistana. “Existe uma expectativa muito grande no trabalho dela. Não tenho dúvida que irá superar, ainda mais neste momento de retomada econômica. A gente vai precisar muito de ter a cultura como um mecanismo importante, principalmente nas áreas periféricas, onde estão as pessoas em maior vulnerabilidade e necessidade”, disse Nunes.

Quem é Aline Torres

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Aline Torres, 35 anos, é graduada em Relações Públicas, pós-graduada em Gestão de Projetos Culturais pela ECA-USP e graduanda em Ciências Econômicas. Ela trabalha com gestão cultural há 10 anos, com passagem pela Secretaria de Estado da Cultura em São Paulo como presidente da comissão técnica de avaliação de projetos culturais em diversos segmentos.

Também foi diretora geral do Centro Cultural de Juventude Ruth Cardoso. Na Fundação Padre Anchieta – TV Cultura – desenvolveu projetos para a nova programação da TV, como TerraDois (Prêmio APCA 2017 de Melhor Programa de TV), por meio de leis de incentivo e lei do audiovisual.

Aline Torres ainda desenvolve ações na promoção e inclusão social de mulheres, negros e homossexuais, e ministra cursos e palestras com temáticas raciais e de gênero.

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Saída de Youssef

Considerado o nome mais à esquerda do primeiro escalão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), Alê Youssef pediu demissão como secretário municipal da Cultura na última quarta-feira (25) por “explícitas diferenças” com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Na saída, Youssef disse que a atual gestão municipal tem “dificuldade na compreensão do caráter libertário, transformador e independente da cultura”, e exaltou Covas, morto em maio deste ano por complicações de um câncer.

Apesar de Nunes ter dito que manterá “uma gestão Covas até 2024”, pessoas próximas à prefeitura entendem que ele deve mudar ainda mais o estilo da administração após a votação do Plano Diretor, que deve ocorrer até o fim deste ano. “Há uma pressão do MDB por mais espaço”, explicou um assessor à Gazeta.

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Durante a posse de Aline Torres, Nunes afirmou que os investimentos em cultura na cidade já somam  R$ 608 milhões neste ano até agora, e podem chegar a R$ 750 milhões, valores superiores ao ano anterior.

A gestão municipal também destacou que o prefeito sancionou lei que veda a redução de valores destinados à Secretaria Municipal de Cultura. Isso significa que o Orçamento da Cultura em 2022 não poderá ser inferior ao Orçamento de 2021.

“Isso é uma decisão minha. A cultura é uma forma importante de fazer com que as pessoas exerçam o seu pensamento e a sua expressão não só cultural, mas da democracia”. Segundo Nunes não haverá mudança nas diretrizes culturais estipuladas pelo ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), garantindo investimentos a diversos setores e classes artísticas da cidade.

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