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Cotidiano
Juntas, as linhas 11 - coral, 12 - safira e 13 - jade atendem a 560 mil passageiros por dia útil; paralisação, decidida após assembleia na noite desta segunda-feira (23), é por tempo indeterminado
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Plataformas ficam lotadas por conta de paralisação em linhas da CPTM | Reprodução/TV Globo
Os olhos grudados na tela do celular para avisar o patrão sobre um provável atraso ou para acionar um carro por aplicativo, era o que mais se via no início da manhã desta terça-feira (24) em frente a estação Guaianases, na zona leste da Capital, da linha 11-coral, por causa da greve dos ferroviários que atinge três linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Rodizio na Capita foi suspenso na manhã desta terça.
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Por volta das 6h, Guaianases tinha embarque normal no sentido Luz, mas muita aglomeração e filas para quem tentava ir no sentido estação Estudantes, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Os ferroviários operavam parcialmente entre Guaianases e Luz, mas não trabalhavam no sentido Mogi.
Além da linha 11-coral, a greve atinge as linhas 12-safira e 13-jade que estavam totalmente paradas no início da manhã desta terça, segundo a CPTM. Os ferroviários reivindicam reposição salarial referente à data-base de 1º de março dos exercícios 2020/2021 e 2021/2022. Juntas, as linhas 11 - Coral, 12 - Safira e 13 - Jade atendem a 560 mil passageiros por dia útil.
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A assistente técnica Pamela de Souza Soares, 27 anos, contou que foi pega de surpresa. Moradora em Cidade Tiradentes, zona leste, ela saiu de casa por volta das 5h e tentava chegar ao restaurante onde trabalha em Suzano, na Grande São Paulo.
"Estou encontrando colegas de trabalho e vamos pedir um Uber", afirmou. Por volta das 6h20 ela já havia encontrado outras duas pessoas que trabalham no mesmo local e toparam rachar a corrida. Sobre a greve, ele afirmou que havia ouvido comentários, mas não sabia em qual sentido o transporte estaria suspenso.
Se havia pessoas desesperadas para conseguir chegar ao trabalho, outras tentavam voltar para casa. Era o caso do auxiliar de limpeza técnica Samuel Lucas da Silva, 22. Ele, que trabalha na estação Faria Lima do metrô, na zona oeste, contou ter saído do local por volta das 4h e, as 7h, ainda aguardava na longa fila do Paese (ônibus contratado pela CPTM para quem não conseguiu pegar o trem) para ir a Suzano, onde mora.
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Em uma primeira tentativa de embarque nem ele nem seus três amigos conseguiram ingressar no coletivo devido a superlotação. E o medo da Covid-19 também o fez recuar de tentar um espaço no ônibus disponibilizado pela EMTU (Empresa Municipal de Transporte Urbano). "Tinha muita gente naquele ônibus", afirmou.
Indagada, a motorista do ônibus disse que era sua primeira viagem no sentido bairro, mas que, ao fazer o percurso com relação a Guaianases, já tinha vindo com o coletivo abarrotado. Segundo a condutora, seis ônibus faziam o percurso de cerca de 50 quilômetros.
Assim que o veículo lotado deixou o local, Silva foi avisado que deveria ir para o outro lado da estação, ponto em que ônibus para Suzano estavam saindo. Lá, a fila era enorme, com mais de 300 pessoas. "Aqui vai longe ainda", disse o encarregado de limpeza Josevaldo Oliveira de Souza, 35, um dos amigos de Silva. "Em dia normal, às dez para seis já estaria em casa", contou.
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A SPTrans, empresa que controla o transporte rodoviário na cidade de São Paulo, disse que ativou, a pedido da CPTM, o Paese entre as estações Jardim Romano e Tatuapé, na zona leste. Doze ônibus fazem o percurso.
A prefeitura suspendeu o rodízio de veículos na capital nesta terça por causa da greve dos ferroviários.
REIVINDICAÇÃO
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A paralisação foi votada em assembleia realizada nesta segunda-feira (23) e aproximadamente 2.500 funcionários devem cruzar os braços, segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil. Cerca de 750 mil usuários podem ser afetados.
A determinação da Justiça do Trabalho é que os funcionários mantenham 70% do efetivo nos horários de pico -das 5h às 9h e das 17h às 20h- e 50% nos demais horários.
Segundo Alexandre Mucio, secretário-geral da entidade, um dos principais motivos para greve é o fato de a empresa ter proposto o pagamento dos valores retroativos em 10 parcelas a partir de fevereiro de 2022.
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O sindicato apresentou a contraproposta de acertar os retroativos em agosto e setembro, respectivamente, porém, não foi aceita. A negociação foi mediada pelo TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região) de São Paulo na tarde desta segunda-feira (23).
O reajuste salarial é de 4% para o exercício de 2020/2021 e de 6% para 2021/2022. "É pouco para a empresa, mas para o trabalhador, faz toda a diferença", avalia o sindicalista.
Procurada, a Secretaria de Transportes Metropolitanos não informou se apresentará nova proposta na tentativa de encerrar a greve.
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