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Cotidiano

Renda domiciliar na região metropolitana recua 23% após pandemia

Segundo dados da Fundação Seade, entre 2019 e 2020, somente a renda do trabalho diminuiu 8% em termos reais. Pobreza e desigualdade cresceram no período

Gladys Magalhães

05/08/2021 às 14:46  atualizado em 06/08/2021 às 12:58

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Renda domiciliar per capita passou de R$ 1.614 para R$ 1.242 por pessoa na Grande São Paulo

Renda domiciliar per capita passou de R$ 1.614 para R$ 1.242 por pessoa na Grande São Paulo | /xxxPatrik

Paulistas e paulistanos da região metropolitana de São Paulo estão mais pobres desde a chegada da pandemia do novo coronavírus. Segundo estudo da Fundação Seade, entre 2019 e 2020, houve uma queda de 23% na renda domiciliar per capita das famílias residentes nos municípios da região, passando de R$ 1.614 para R$ 1.242 por pessoa. Entre as razões para este recuo estão uma diminuição no número de ocupados e uma generalizada redução da renda do trabalho.

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“A renda domiciliar decresceu pela combinação de dois movimentos: menos pessoas trabalhando, com 1,37 milhão de pessoas deixando de trabalhar na região no período analisado e uma redução da renda média do trabalho de 8% em termos reais”, explica a economista Sandra Brandão, da Fundação Seade.

Na opinião de Brandão, o resultado desse movimento se traduz em crescimento da pobreza e da desigualdade. “A principal consequência da redução da renda domiciliar é o empobrecimento das famílias. Em 2019, 52% das famílias da RMSP tinham renda per capita maior que um salário mínimo. Em 2020, apenas 34% permaneciam neste patamar de renda.”

Renda do trabalho diminuiu para todos
A queda de 8% na renda média do trabalho, mencionada pela economista, não aconteceu apenas para um setor específico. De acordo com o levantamento da Fundação, o decréscimo ocorreu para todos os segmentos populacionais e todas as formas de inserção no mercado de trabalho. Porém, alguns sentiram mais que outros.

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“No caso dos trabalhadores autônomos, a renda do trabalho decresceu quase o dobro (15%). Um dos determinantes foi a diminuição das oportunidades de prestação de serviços e vendas, decorrente das restrições ao funcionamento da economia, necessárias ao combate ao vírus. A queda na renda domiciliar também contribui para este resultado, uma vez que vários serviços são cortados ou postergados (estética, pequenos consertos, serviços de limpeza, etc.), resultando em menos demanda e eventual rebaixamento do custo médio do trabalho”, esclarece Brandão.

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Já os assalariados tiveram redução média real de 7% no salário. Isso porque muitos ganham por comissão de vendas, que foram fortemente prejudicadas pela diminuição do ritmo de funcionamento das atividades produtivas. Outra parte também sofreu a redução de renda devido à participação no programa de proteção ao emprego, que evitava demissão em troca de redução da jornada de trabalho e proporcional do salário.

Vale destacar ainda que quem mudou de trabalho entre 2019 e 2020, viu a renda diminuir cerca de 18% em termos reais. Em 2019, os ocupados que não mudaram de trabalho ganhavam, em média, 56% a mais do que aqueles que mudaram, diferença que cresceu para 71% em 2020. “As pessoas que estavam inativas ou desempregadas em 2019 e conseguiram um trabalho em 2020 recebiam, em média, R$ 1.202, pouco mais que um salário mínimo e metade da renda média dos que permaneceram no mesmo trabalho” ressalta o estudo, que verificou também que as novas oportunidades em 2020 tenderam a oferecer remunerações menores em comparação àquelas que foram eliminadas no ano anterior.

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Quase uma década de cicatrizes
Sandra Brandão não arrisca uma data para que os paulistas voltem ter condições de salário, emprego e renda de antes da pandemia, mas, para ela, o avanço da vacinação deve criar condições para a retomada segura das atividades produtivas, ainda que a recuperação da renda do trabalho dependa também de outros processos, como queda no nível de desemprego, capacidade de negociação entre assalariados e empresas, aumento na demanda por serviços, comportamento da inflação, entre outros. Porém, um relatório do Banco Mundial diz que a pandemia pode afetar por um longo período os salários no Brasil.

Divulgado recentemente, o relatório “Emprego em Crise: Trajetória para Melhores Empregos na América Latina Pós-Covid-19”, alerta que os salários dos trabalhadores médios do país podem ser afetados por até nove anos.

Além disso, o documento destaca, entre outras coisas, que faltam políticas de apoio para auxiliar os trabalhadores que estão buscando emprego de forma autônoma.

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